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Europa/ nazismo

Europeus lembram 70 anos de libertação de campos de concentração

A Europa recordou neste domingo (26) as atrocidades cometidas pelos nazistas e seus aliados durante a Segunda Guerra Mundial, nas comemorações dos 70 anos da libertação dos campos de concentração de Bergen-Belsen (Alemanha), Jasenovac (Croácia) e Natzwiller (França). Os líderes europeus aproveitaram a oportunidade para criticar as mensagens de ódio religioso e exaltar a "cultura democrática".

Presidente francês, François Hollande, deposita flor em homenagem às vítimas do campo de concentração nazista de Natzweiler-Struthof, o único instalado na França.
Presidente francês, François Hollande, deposita flor em homenagem às vítimas do campo de concentração nazista de Natzweiler-Struthof, o único instalado na França. REUTERS/Jean Francois Badias/Pool
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Em Bergen-Belsen (noroeste da Alemanha), onde mais de 50 mil deportados e 20 mil prisioneiros morreram entre 1941 e 1945, o presidente alemão Joachim Gauck prestou homenagem ao Reino Unido pela libertação do campo em 15 abril de 1945. Diante de 70 sobreviventes do campo, o presidente disse que os soldados britânicos ajudaram a restaurar a "humanidade" na Alemanha.

Depois da guerra, os Aliados foram os "embaixadores da cultura democrática que não buscava a vingança contra o inimigo", acrescentou Gauck. "Eles eram o oposto daqueles alemães que, nos anos anteriores, haviam conquistado, subjugado, escravizado e saqueado a Europa.”

A adolescente judia Anna Franck estava entre os mortos de Bergen-Belsen, vítima de tifo. Seu diário se tornou um dos relatos mais icônicos do tratamento reservado aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald S. Lauder, apelou a uma maior vigilância de todos perante o ressurgimento de ataques antissemitas na Europa e a ascensão de partidos de extrema-direita em alguns países, como a Hungria e Grécia.

Único campo francês

Em Natzwiller, no nordeste da França, o presidente francês, François Hollande, participou das celebrações da libertação do campo de concentração Natzwiller-Struthof, o único instalado pelos nazistas em solo francês, ao lado de vários líderes europeus. Os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz, a primeira-ministra da Letônia, Laimdota Straujuma - que exerce a presidência rotativa da UE - e o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjørn Jagland, acompanharam Hollande para ilustrar "a unidade e o reencontro da Europa" em um lugar simbólico, explicou a presidência francesa.

Em seu discurso, Hollande advertiu que “o pior ainda pode acontecer, e é por conhecê-lo que nós podemos evitá-lo”. “O antissemitismo e o racismo ainda estão presentes é nós devemos proteger aqueles que podem ser vítimas disso”, destacou o presidente. O socialista aproveitou a ocasião para dizer que a Europa “não tem o direito de desviar os olhos” do drama dos imigrantes que tentam chegar ao território europeu pelo Mar Mediterrâneo.

Cerca de 52 mil pessoas foram deportadas para o campo de Natzwiller-Struthof e em torno de 22 mil morreram no local. Os aliados libertaram o campo em 23 de novembro de 1944.

Sobreviventes participam de cerimônia no campo croata

Em Jasenovac, conhecido como o "Auschwitz croata" centenas de pessoas participaram de uma cerimônia, em lembrança aos 70 anos do desmantelamento do campo aberto pelo regime fascista ustacha, aliados dos nazistas na Croácia. "Os horrores de Jasenovac nos alertam e nos lembram que nunca devemos permitir a discriminação e as perseguições baseadas em diferenças nacionais, confessionais, ideológicas ou sexuais", declarou o presidente do Parlamento croata, Josip Leko.

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, afirmou que a Croácia moderna, integrante da União Europeia desde 2013, se distanciou, em sua Constituição, do regime ustacha (pró-nazista) da Segunda Guerra Mundial. "Para mim só havia um exército croata durante a Segunda Guerra Mundial, o dos partidários croatas que lutaram contra o regime nazista”, declarou.

O campo de Jasenovac abriu em 1941 e foi um dos 80 campos de detenção do regime pró-nazista croata, dirigido por Ante Pavelic. Os historiadores não entram em acordo sobre o número de vítimas no campo, sobretudo sérvios e judeus, mas também antifascistas croatas. As estimativas vão de 82 mil vítimas, segundo o museu de Jasenovac, a cerca de 700 mil, conforme fontes sérvias. O museu do memorial do Holocausto em Washington considera, por sua vez, que 100 mil pessoas morreram no local.
 

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