Esquerda volta ao poder na Suécia e extrema-direita conquista espaço

A oposição de esquerda volta ao poder na Suécia após oito anos de governo de centro-direita. Os social-democratas conquistaram 31,3% dos votos nas eleições legislativas desse fim de semana, mas o fenômeno eleitoral foi a extrema-direita.

Stefan Lofven, líder dos social-democratas, em Estocolmo em 14 de setembro de 2014.. REUTERS/Jonas Ekstromer

A oposição de esquerda venceu as eleições parlamentares na Suécia, mas a extrema-direita registrou um avanço histórico e se tornou a terceira força do Parlamento sueco com 13% dos votos.

Sem maioria no Parlamento, a esquerda negocia um governo de coalizão com os ecologistas, que recuaram de 12 para 7%. Reunidos, os social-democratas, os Verdes e o Partido de Esquerda somam 43,7% dos votos, ficando abaixo da maioria absoluta. A coalizão de centro-direita, até então no poder, reúne 39,1%.

Em sua primeira declaração após a vitória, Stefan Löfven, encarregado de formar o novo gabinete, disse que está "pronto para explorar a possibilidade de formar o novo governo" e que pretende estender a mão "aos demais partidos democráticos" que queiram trabalhar com ele no Parlamento.

Extrema-direita cresce

O presidente do partido de extrema-direita Democratas da Suécia, Jimmie Åkesson, 35, comemorou o sucesso nas urnas. “Somos os donos da festa a partir de agora", disse ao lembrar que o partido passou de 5,7%, em 2010, para 13% hoje.

Segundo o cientista político Anders Sannerstedt, os eleitores do partido são “oriundos de classes populares, de faixas etárias variadas e dois terços são homens”, explicou. “Eles não estão excluídos da sociedade. São suecos comuns", concluiu Sannerstedt.