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Suíça/ referendo

Suíços se recusam a adotar maior salário mínimo do mundo

As pesquisas de boca de urna indicam que os suíços rejeitaram neste domingo (18), por referendo, a instauração de um salário mínimo no valor de 3,3 mil euros (10 mil reais) por mês, o que seria o mais alto do mundo. A iniciativa foi apresentada por sindicatos, que defendem a criação de um salário mínimo único de 22 francos suíços por hora (54 reais), o que representa 4.000 francos suíços brutos por 42 horas semanais.

Propaganda pelo "não" ao salário mínimo em lancheria de Zurique.
Propaganda pelo "não" ao salário mínimo em lancheria de Zurique. REUTERS/Arnd Wiegmann
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De acordo com os resultados oficiais, 76% dos suíços votaram por não instaurar o novo mínimo. As pesquisas de intenção de voto já indicavam que a proposta não seria aprovada. As urnas fecharam ao meio-dia local (7h em Brasília).

A iniciativa teve a oposição da direita, do setor agrícola, do Parlamento e do governo, que a consideram um perigo para o emprego e destacam a existência de salários mínimos em alguns setores. Grande parte da população teme que o salário mínimo - que seria o maior do mundo - provoque um aumento do desemprego, um fenômeno quase inexistente na Suíça – o índice de abril foi de 3,2%.

Os sindicatos e partidos de esquerda, por outro lado, afirmam que o custo de vida elevado na Suíça justificaria a existência de um salário mínimo tão alto. Na França, o salário mínimo é de 9,43 euros por hora (28,5 reais), na Espanha é de 5,05 euros (15,3 reais) e na Alemanha será de 8,5 euros (25,7 reais) a partir de 20105.

Outras questões

O referendo incluiu outras questões, como a proposta de compra de 22 aviões de combate suecos Gripen. A  compra foi rejeitada – o “não” venceu por 53,4% dos votos, de acordo resultados oficiais divulgados à tarde.

A aquisição dos caças era defendida pelos partidos de esquerda e os Verdes. O governo e o Parlamento decidiram pela compra de 22 aviões Gripen porque consideram que parte das aeronaves de combate das Forças Armadas suíças estão "obsoletas". Mas os críticos do projeto afirmam que o valor pelos Gripen (2,56 bilhões de euros) é muito elevado, que a Suíça está cercada de países amigos e que o modelo de avião - que atualmente existe apenas no papel - não oferece as melhores características.

A única iniciativa que certamente será aprovada neste domingo será a proibição, pelo resto da vida, de exercer uma atividade profissional ou voluntária em contato com crianças ou deficientes para os condenados por abusos sexuais contra estes grupos.
 

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