Russos e ocidentais marcam reunião sobre crise ucraniana

O clima continua tenso na Ucrânia com protestos diários de militantes pró-russos em cidades do leste do país, principalmente em Donetsk e Kharkiv. O governo interino no poder em Kiev declarou que vai tratar os separatistas que invadiram prédios públicos como terroristas e criminosos. Em meio a esse ambiente que lembra os tempos da Guerra Fria, surge a esperança de uma saída diplomática. Nesta quarta-feira (9), países envolvidos no conflito anunciaram a realização de uma reunião para discutir a crise ucraniana na semana que vem.

Manifestantes pró-Rússia vigiam o prédio do governo regional em Donetsk, tomado pelo movimento separatista, no leste da Ucrânia. Reuters

Pela primeira vez desde o início da crise na Ucrânia, um encontro vai reunir na semana que vem em torno da mesma mesa de negociação a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, o chanceler russo, Serguei Lavrov, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler ucraniano, Andrii Dechtchitsa. A cidade europeia onde vai acontecer essa reunião ainda não foi divulgada.

A Rússia afirma que os movimentos separatistas estão ganhando força porque o governo ucraniano pró-europeu instalado em Kiev não protege os interesses dos que falam russo. Ocorre que contrariamente à Crimeia, onde a população que fala russo é maioria, no leste da Ucrânia os pró-russos representam de 25% a 40% da população.

Intervenção militar russa

Com essa iniciativa diplomática, uma nova intervenção militar das tropas russas no leste da Ucrânia fica momentaneamente em segundo plano. Mas a OTAN, a aliança militar dos países ocidentais, não confia em Moscou e vai triplicar o número de aviões que fazem o patrulhamento aéreo nos países bálticos.

Os Estados Unidos acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de semear o caos na Ucrânia, mas Moscou nega ser uma ameaça militar no leste da Europa.