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Vaticano/ papa

Vítima integra comissão do Vaticano sobre pedofilia na Igreja

O papa Francisco nomeou neste sábado (22) uma mulher molestada por um padre durante a infância para fazer parte de um grupo que irá ajudar a Igreja Católica a lutar contra o abuso sexual clerical de menores. O problema assombra a instituição há pelo menos duas décadas.

Papa Francisco caminha com neta do presidente de Malta, que visitou o Vaticano neste sábado.
Papa Francisco caminha com neta do presidente de Malta, que visitou o Vaticano neste sábado. REUTERS/Andrew Medichini/Pool
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O papa Francisco nomeou neste sábado (22) uma mulher molestada por um padre durante a infância para fazer parte de um grupo que irá ajudar a Igreja Católica a lutar contra o abuso sexual clerical de menores. O problema assombra a instituição há pelo menos duas décadas.

A vítima é Marie Collins, que foi abusada na Irlanda, na década de 1960. Depois, ela fez campanhas para a proteção das crianças e por justiça para as vítimas de pedofilia clerical. Collins contou a sua experiência no Simpósio sobre a Pedofilia Clerical, organizado em Roma em 2012.

Os primeiros oito membros do grupo, quatro mulheres e quatro homens, são de oito países diferentes e incluem o cardeal de Boston Sean O'Malley, que adotou um discurso firme contra a pedofilia depois da divulgação de diversos casos em sua diocese. Também fazem parte do grupo a ex-primeira-ministra polonesa Hanna Suchocka, a baronesa e psiquiatra britânica Sheila Hollins, a pedopsiquiatra francesa Catherine Bonnet, o teólogo argentino Humberto Miguel Yáñez (amigo de Francisco) e o advogado italiano Cláudio Papale, especialista em direito canônico e “delitos contra a moral”. O padre Hans Zollner, jesuíta alemão e psicoterapeuta que havia organizado o simpósio sobre o tema, completa a equipe.

“O papa Francisco deixou claro que a Igreja deve manter a proteção dos menores entre suas maiores prioridades”, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em um comunicado.

Lombardi disse que o grupo iria considerar opções como ação penal contra os infratores, informação sobre a exploração infantil, e definição clara de funções civis e clericais dentro da Igreja.

Críticas ao papa

A formação de um grupo de especialistas, inicialmente anunciado em dezembro, ocorre apenas um mês depois de as Nações Unidas acusarem a Igreja de colocar sua reputação como prioridade em detrimento ao bem-estar das crianças, impondo uma “lei do silêncio” entre os clérigos sobre a prática de abusos sexuais.

As acusações de que o papa Francisco não tenha tomado uma posição suficientemente forte contra o problema mancharam as avaliações positivas que ele recebeu ao completar o primeiro ano no cargo, na semana passada.

Na ocasião, o pontífice respondeu, através de uma entrevista ao jornal Corriere della Sera, que a Igreja foi “talvez a única instituição pública a reagir com transparência e responsabilidade” diante do escândalo. Por sua vez, a associação americana de ex-vítimas de padres pedófilos SNAP reagiu às declarações, afirmando que Francisco “não fez nada, literalmente nada, para proteger as crianças”.

Milhares de menores do mundo inteiro foram abusadas sexualmente por padres em diversos países, principalmente na Irlanda e nos Estados Unidos, entre os anos 1960 e 1990. O escândalo é apontado como uma das principais razões para a queda do número de fiéis católicos no mundo desde então.
 

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