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Espanha/Imigração

Enclave espanhol vive onda de ataques migratórios

Uma das regiões mais visadas por imigrantes como porta de entrada na Europa, a cidade de Melilla, um enclave espanhol na África, foi novamente palco para uma invasão espetacular. Durante a madrugada desta sexta (28), mais de 200 clandestinos saltaram a barreira tripla que separa Melilla e o Marrocos.

Imigrantes africanos escalam grade na fronteira entre o norte de Marrocos e o enclave espanhol de Melilla, 28 de fevereiro
Imigrantes africanos escalam grade na fronteira entre o norte de Marrocos e o enclave espanhol de Melilla, 28 de fevereiro REUTERS/Jesus Blasco de Avellaneda
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A invasão massiva é considerada uma das maiores dos últimos anos. Dois terços de um grupo de 300 pessoas conseguiu ultrapassar as três grades com altura de sete metros. Ao atingirem território espanhol, eles buscaram refúgio em um centro de acolhimento do governo, o Ceti. Segundo a prefeitura, os imigrantes atravessaram a cidade cantando e celebrando.

Chamou a atenção das autoridades o fato de uma mulher estar entre os imigrantes, o que é considerado um fato raro. A invasão ocorreu às 6h da manhã no horário local e, segundo a prefeitura, os imigrantes “arremessavam todo tipo de objeto, pedras, paus e garrafas contra os agentes da Guarda Civil”, deixando dois deles feridos.

Segundo a Associação Marroquina de Direitos Humanos, 34 pessoas feridas foram hospitalizadas em Nador, no Marrocos, a maioria por fraturas e cortes provocados pelos arames da grade.

No total, 214 pessoas chegaram ao Ceti, segundo o diretor do órgão, Carlos Montero. O Ceti já recebeu centenas de imigrantes desde o início do ano e no momento abriga 1300 pessoas, em um lugar com capacidade para 480. Tendas do exército foram instaladas. Segundo estimativas, pelo menos 1000 migrantes da África subsariana esperam às portas da cidade, em acampamentos na encosta do monte Gurugu, o momento propício para tentar a sorte na fronteira.

Também neste mês, uma onda de imigrantes sírios chegou através do Marrocos, expulsos de seu país pela guerra. Eles também estariam na região esperando a oportunidade de entrar na Espanha. Pelo menos 200 sírios tentaram a empreitada recentemente, sem sucesso.

Ceuta também é visada

“E a situação não parece que vai se acalmar. Ao contrário, a pressão é cada vez mais forte”, afirma Carlos Montero. O número dois no governo de Melilla, Miguel Marin, disse que “centenas de imigrantes vão continuar a entrar porque a Guarda Civil não dispõe de efetivos suficientes para evitar essa invasão da Espanha”.

Outros dois ataques a Melila ocorreram nos dias 17 e 24 deste mês. O mesmo acontece em Ceuta, um outro enclave espanhol no Marrocos, onde 14 migrantes morreram afogados, no dia 6, tentando entrar no território espanhol pelo litoral. Neste episódio, ativistas dos direitos humanos acusam as forças de ordem espanholas de terem atirado balas de borracha contra os migrantes. Após a tragédia, o Ministério do Interior espanhol proibiu o uso dessas balas em Ceuta e Melilla.

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