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UE/Suíça

UE deve rever relações com a Suíça depois de referendo, diz chanceler francês

A União Europeia deverá rever suas relações com a Suíça, depois do resultado do referendo deste domingo, favorável ao reestabelecimento de cotas de imigração no país. A declaração foi dada pelo chanceler francês, Laurent Fabius, nesta segunda-feira (11). Segundo ele, a decisão é "preocupante."  

La France met en place un contrôle aux frontières pendant un mois, à l'occasion de la conférence de l'ONU sur le climat qui se tient du 30 novembre au 11 décembre à Paris
La France met en place un contrôle aux frontières pendant un mois, à l'occasion de la conférence de l'ONU sur le climat qui se tient du 30 novembre au 11 décembre à Paris REUTERS/Denis Balibouse
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O ministro das Relações Exteriores francês lembrou que a restrição da entrada de imigrantes no país, inclusive europeus, é ‘paradoxal’, já que o Suíça é dependente de suas exportações para a União Europeia. Quase 60% dos produtos suíços são vendidos dentro do continente.

"O voto deste domingo é uma má notícia para a Europa e os suíços, porque o país está se fechando e será penalizado por isso", lembrou Fabius. De acordo com ele, a Suíça tem uma economia estável, mas sozinha, não "representa uma potência econômica considerável".

Os acordos entre a União Europeia e a Suíça datam de 1999. O país aderiu ao Espaço Schengen em 2009, o que inclui a livre circulação de trabalhadores no continente. Caso haja um questionamento desta cláusula, será necessária uma renegociação completa dos tratados, explicou o chanceler francês.

Neste domingo, 50,3% dos eleitores suíços disseram "sim" em um referendo popular chamado "Contra a Imigração em massa", que propõe limitar o número de imigrantes no território. O texto foi proposto pelo UDC, partido de extrema-direita que ficou conhecido pelos cartazes de mau gosto mostrando três ovelhas brancas expulsando uma ovelha branca, em 2007.

Seus representantes, majoritários no Parlamento, atacam sistematicamente os estrangeiros, que eles consideram como "parasitas" que aproveitam dos benefícios sociais.

Lei entrará em vigor dentro de três anos

O projeto terá um prazo de três anos para entrar em vigor. Um projeto de lei detalhado deverá ser enviado ao Parlamento no outono europeu, segundo as autoridades suíças.

Membros do governo suíço deverão se encontrar em breve com representantes da União Europeia para discutir as consequências do voto no referendo. A Comissão Europeia lamentou a decisão da população de introduzir cotas e preveniu o país que "examinará as implicações dessa iniciativa no conjunto de relações entre a Suíça e a Europa".

O ex-premiê François Fillon defendeu a decisão suíça. Para ele, é "perfeitamente natural que a Suíça queira diminuir o número de estrangeiros em seu território, que deve ser adaptado à capacidade de integrá-los." De acordo com o ex-primeiro-ministro, a França deveria seguir o exemplo do país.

O ex-presidente Sarkozy lembrou que os europeus de outros países deveriam beneficiar de um outro tratamento. Segundo ele, o texto não os diferencia de estrangeiros de outros continentes.
 

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