Em Davos, Rohani tenta atrair investidores e defende eleições livres na Síria
Em um discurso nesta quinta-feira (23) no Fórum Econômico de Davos, o presidente iraniano Hassan Rohani disse que negocia com os Estados Unidos "um engajamento construtivo" junto à comunidade mundial. Ele também defendeu a organização de eleições livres e democráticas na Síria.
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Um dia depois do início da Conferência de Paz para a Síria, em Montreux, na Suíça, o presidente iraniano, Hassan Rohani, voltou a defender que o processo de transição política na Síria aconteça sem influências externas.
O país participaria do encontro, mas a ONU retirou o convite depois que os representantes da oposição síria ameaçaram boicotar a conferência se o Irã estivesse presente. "Nenhum partido ou potência estrangeira deveria decidir no lugar do povo sírio e da Síria, como país", ressaltou Rohani.
Convidado pela ONU, o Irã se recusou a aceitar por antecipação o princípio de uma transição política na Síria, associando os representantes do regime e da oposição. Membros do regime de Bashar al-Assad e da Coalizão Nacional de Oposição Síria devem participar nesta sexta-feira de uma nova reunião com o emissário da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.
Assim como Assad, o presidente iraniano também responsabilizou os "terroristas" ligados à Al Qaeda de serem os responsáveis pelo massacre no país, que já deixou mais de 130 mil mortos em três anos.
Irã não quer bomba atômica, reafirma presidente
O presidente Hassan Rohani também comentou sobre o acordo concluído em Genebra, em novembro, com os cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, mediado pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. "O Irã nunca desejou fabricar uma bomba atômica, nem agora e nem no futuro ", afirmou.
Uma declaração que visa acalmar as tensões com os países ocidentais, que suspeitam da intenção militar do programa iraniano.
A presença do líder iraniano no Fórum Econômico de Davos busca atrair investidores ao país, depois da suspensão de parte das sanções internacionais. O Irã aceitou interromper o enriquecimento de urânio a alto teor, como prevê o acordo com as potências mundiais.
O presidente iraniano também disse que espera "aprofundar sua ligação com os países vizinhos, e cooperar com os estados europeus." Ele convidou as empresas petrolíferas a aproveitarem as oportunidades econômicas que o país, dotado de riquezas naturais "excepcionais", oferece aos investidores estrangeiros.
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