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Grécia/Austeridade

Governo grego quer acabar com adicional de férias de servidor que usa computador

O ministro da Reforma Administrativa, Kyriakos Mitsotakis, anunciou sua intenção de retirar um benefício do funcionalismo grego que ele mesmo definiu como uma "aberração": os dias adicionais de férias concedidos a todos os funcionários que utilizam um computador no trabalho. "Ainda há no serviço público em 2013, a possibilidade de receber seis dias a mais de férias no ano, porque um empregado usa um computador, ou seja, quase todos os funcionários", disse o ministro entrevistado ontem à noite no canal privado Skai.

Servidores protestam contra a austeridade em frente à sede do Ministério da Saúde, em 12 de setembro de 2013, em Atenas.
Servidores protestam contra a austeridade em frente à sede do Ministério da Saúde, em 12 de setembro de 2013, em Atenas. REUTERS/Yorgos Karahalis
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O anúncio vem num momento em que o governo está sendo obrigado a aplicar uma ampla reforma da função pública, exigida pelos credores da União Europeia e do FMI, para reduzir os gastos públicos.

A agência AFP questionou a maior central sindical do funcionalismo grego (Adedy) para ter mais informações sobre a origem desse benefício, que parece totalmente anacrônico em plena era da informática e tecnologia digital. A Adedy explicou que na origem, esse "prêmio", criado na década de 90, correspondia a uma pausa diária de 20 minutos concedida a todos os funcionários que passavam o dia diante de uma tela de computador, para evitar que eles tivessem problemas nos olhos. Com o passar do tempo, essa pausa foi anualizada e transformada em adicional de férias, explicou a Adedy.

O fim desse benefício pode parecer simbólico se comparado à reestruturação do serviço público anunciada pelas autoridades. Até o final de setembro, o governo grego vai colocar 12,5 mil funcionários em regime de disponibilidade e o mesmo número até o final de dezembro. Outras 4 mil demissões estão programadas até o final de 2013 (incluindo os funcionários da televisão pública) e 11 mil até o final de 2014, que serão compensadas por um número equivalente de contratações.

Pelo estatuto do servidor grego, a disponibilidade significa um período de afastamento do cargo, com redução de salário, antes da mutação forçada para um posto considerado mais útil. Com relação às demissões, o governo leva em consideração critérios profissionais e a situação familiar do servidor.

O Ministério da Reforma Administrativa também lançou uma caça aos servidores que se empregaram com diplomas falsos e que tenham sanções de disciplina em seus currículos. Mas esses critérios de avaliação são contestados. Na semana passada, os reitores de universidades recusaram transmitir ao ministério as informações solicitadas. Na semana que vem, a categoria estará em greve ao lado dos professores e agentes do setor da saúde empregados nos hospitais. 

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