Durão Barroso diz que austeridade chegou ao limite na Europa
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse hoje que as políticas de austeridade no bloco chegaram a um limite. "O sucesso das medidas de rigor não depende apenas da forma como elas são concebidas, pois elas exigem um mínimo de apoio político e social", declarou Barroso.
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A avaliação de Barroso acontece a poucos dias da Comissão Europeia analisar as metas de ajuste fiscal propostas pela França e a Espanha para os próximos meses. O comentário foi interpretado como uma possível mudança de rumo na política do bloco, após os pedidos de afrouxamento do rigor feitos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e os Estados Unidos, que temem um 'esgotamento da austeridade' na Europa.
A bancada progressista do Parlamento europeu se entusiasmou com a declaração. "Finalmente, Barroso saiu do coma de 5 anos e reconheceu que a austeridade imposta na Europa e nos países mais afetados pela crise é contraprodutiva", afirmou o eurodeputado Hannes Swoboda, presidente da bancada social-democrata.
O principal defensor do rigor orçamentário atual, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, reagiu à declaração de Barroso em um comunicado no qual defendeu a continuidade das políticas de consolidação fiscal e de reformas na Europa "para que o bloco retome um crescimento sadio".
O caso da Espanha é emblemático dos estragos da política atual. Apesar dos cortes draconianos no orçamento do estado, o déficit público espanhol fechou o ano de 2012 em 10,6% do PIB, tornando-se o mais elevado da zona do euro. O salvamento dos bancos espanhóis pelo governo explica boa parte desse quadro. A Espanha, que é a quarta economia da zona da moeda única, viu sua dívida pública atingir 84,2% do PIB no ano passado contra 53,9% em 2009, no auge da crise financeira mundial. O desemprego no país chega a 26% da população ativa.
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