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BCE/Crise

BCE anuncia plano de compra de títulos de dívidas para salvar euro

O Banco Central Europeu anunciou nesta quinta-feira o lançamento de um novo programa de compra de títulos das dívidas dos países da zona do euro que será ilimitado e mais transparente. Com este novo programa, o BCE pretende ajudar os países em grandes dificuldades financeiras que pagam taxas de empréstimos muito elevadas.

Mario Draghi, presidente  do Banco Central europeu, durante coletiva de imprensa desta quinta-feira, em Frankfurt.
Mario Draghi, presidente do Banco Central europeu, durante coletiva de imprensa desta quinta-feira, em Frankfurt. REUTERS/Alex Domanski
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Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, em Frankfurt, sede da BCE, Mario Draghi explicou que através do novo programa, o Banco poderá comprar os títulos no chamado mercado secundário, sem limites, mas com a condição de que os países peçam ajuda aos fundos de emergência europeus e respeitem regras estritas.

A medida, que visa enfrentar uma crise que paralisa a zona do euro, foi recebida com fortes altas nas bolsas de valores e redução nas taxas de empréstimos exigidas para os países mais atingidos pela crise, como a Espanha. A iniciativa visa justamente reduzir as diferenças entre as taxas cobradas para os países mais fragilizados pela crise em relação a economias mais sólidas, como a da Alemanha.

O novo programa de compra das dívidas, chamado de “Outright Monetary Transictions” (OTM, transações monetárias diretas) foi lançado devido “a perturbações graves observadas no mercado de dívida pública que provém de temores infundados por parte dos investidores sobre a reversibilidade do euro”, justificou Draghi.

Com o lançamento do novo programa, Mario Draghi anunciou o fim do programa SMP de compra das obrigações da zona do euro lançado em maio de 2010, que tinha prazo e montante definidos. Segundo o presidente do BCE, o SMP não era eficaz. “Era como caminhar com uma perna só”, comparou. O SMP totaliza compras de 209 bilhões de euros em títulos que serão mantidos “até a sua maturidade”, garantiu.

Flexibilização

O Banco Central Europeu também decidiu flexibilizar os critérios para as garantias exigidas aos bancos da zona do euro como contrapartida aos empréstimos que o BCE poderá conceder através operações de financiamento.

O Banco decidiu especificamente “suspender a aplicação de um limite de notação financeira mínima” para as garantidas exigidas no caso das dívidas dos títulos dos países membros da zona do euro, detalhou o BCE em um comunicado.

O Banco decidiu não fixar um limite específico na diferença entre as taxas de juros para empréstimo (spreads) pagas pelos países da zona do euro para intervir no mercado. “Não temos estabelecida a diferença da taxa“, afirmou o presidente Mario Draghi ao responder uma pergunta sobre o assunto.

Reações

Em Madri, onde participou de um encontro com o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, a chanceler alemã, Angela Merkel disse que o BCE tomou suas decisões “ seguindo sua independência e mandato”. O presidente do Banco Central da Alemanha, Jens Weidmann, era totalmente contrário às medidas anunciadas pelo BCE.

Já o premiê Rajoy afirmou que não havia solicitado nenhuma ajuda para a Espanha e se recusou a comentar as medidas anunciadas pelo Banco Central Europeu.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que o Fundo está "pronto" para cooperar com o BCE. 
 

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