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Vaticano/Esândalo

Suspeito é preso com documentos confidenciais do Vaticano

O Vaticano anunciou nesta sexta-feira a prisão de uma pessoa suspeita de transportar, sem autorização, documentos confidenciais da Santa Sé. A polícia investiga vazamento de informações secretas para a imprensa italiana.

A Basílica de São Pedro no Vaticano.
A Basílica de São Pedro no Vaticano. DR
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O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, disse que a investigação foi aberta a pedido da Comissão de Cardeais e da Promotoria de Justiça do Vaticano. Graças ao procedimento, os investigadores conseguiram localizar o suspeito. Segundo Lombardi, a pessoa está detida para averiguações. O porta-voz não fez nenhuma revelação sobre a identidade nem sobre o prazo da detenção.

Desde janeiro deste ano, uma série de documentos confidenciais com revelações comprometedoras foram enviados para os principais jornais italianos. Os papéis traziam informações sobre corrupção no alto escalão da Igreja, sobretudo em questões ligadas à lavagem de dinheiro das contas do Banco do Vaticano.

Um livro publicado nesta semana na Itália, "Sua Santita" (Sua Santidade) reproduz várias cartas secretas cujo destinatário é o papa Bento 16. O livro do jornalista Gianluigi Nuzzi, que já é um best-seller no país, revela várias disputas internas no Vaticano e as relações perigosas entre a Igreja e o Estado italiano. O Vaticano, segundo o autor, exerceria forte pressão para influenciar em decisões do governo e para obter favorecimento fiscal para órgãos ligados à Igreja. Os bastidores de negociações com o movimento católico integrista e escândalos sexuais dos Legionários de Cristo, uma congregação conservadora mexicana, também ganham destaque nas páginas da obra.

Banco do Vaticano

O anúncio desta sexta-feira surge algumas horas após a saída de Ettore Gotti Tedeschi, 67, da presiência do Instituto para Obras da Religião, também conhecido como Banco do Vaticano. Católico fervoroso, ligado ao movimento tradicionalista Opus Dei, Tedeschi foi nomeado para melhorar a imagem do braço financeiro da Santa Sé que é acusado de falta de transparência. Ontem, porém, uma moção de censura da cúpula do banco levou à sua saída. Para a Santa Sé, ele não cumpriu a sua missão de forma adequada.

Em julho, um grupo de analistas europeus decidirá se o Vaticano pode integrar a « White list ». Ou seja, uma lista de países que combatem a lavagem de dinheiro. Em 2010, o Papa Bento 16 criou a AIF, uma agência para monitorar as atividades financeiras do Vaticano. Para os críticos, porém, a medida foi insuficiente.
 

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