Atirador norueguês fica decepcionado de ir para hospital psiquiátrico

O extremista de direita Anders Behring Breivik, autor dos ataques que mataram 77 pessoas no ano passado na Noruega, foi acusado formalmente de cometer um "ato de terrorismo" e "homicídios voluntários", anunciou a justiça norueguesa nesta quarta-feira. Os promotores do caso devem pedir a internação psiquiátrica do acusado, em lugar da pena de prisão ou de custódia por 21 anos. O advogado do norueguês declarou que ele ficou "decepcionado" com a perspectiva da internação psiquiátrica.

Os promotores noruegueses Inga Bejer Engh e Svein Holden durante coletiva de imprensa em Oslo, nesta quarta-feira. REUTERS/SCANPIX/Lise Aserud

Levando em consideração as conclusões do primeiro relatório sobre o estado mental de Breivik, os promotores reiteraram que não pretendem pedir pena de prisão, mas a internação em hospital psiquiátrico. Laudos médicos concluíram que Breivik sofre de esquizofrenia paranóide. 

A promotora Inga Bejer Engh, uma das encarregadas do caso, disse que seria preciso encontrar novos elementos realmente significativos para fazer o Ministério Público requerer a pena de prisão. Mas como o tribunal de Oslo requisitou um novo relatório psiquiátrico de Breivik, os promotores mantêm uma "reserva expressa" para poder solicitar durante o julgamento a pena de prisão ou de custódia de 21 anos, renovável a cada cinco anos, com base nas provas que possam ser acrescentadas ao processo.

A ata de acusação foi lida para Breivik no presídio de Ila, próximo de Oslo, onde ele se encontra atualmente em prisão provisória, à espera do início do processo, previsto para 16 de abril. "O acusado cometeu crimes extremamente graves, em uma escala que nunca havia sido vista em nosso país na época moderna", diz o texto oficial. "Breivik estava totalmente calmo", afirmou Tore Jo Nielsen, um dos oficiais de polícia presentes na leitura da ata.

Em 22 de julho de 2011, vestido como um policial, Breivik, 33 anos, abriu fogo indiscriminadamente durante quase uma hora contra uma reunião de jovens do partido trabalhista norueguês numa ilha de Utoeya, próxima de Oslo, pouco depois de ter explodido uma bomba diante da sede do governo norueguês na capital.