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Itália/Crise

Monti reúne ministros para adotar novo plano de austeridade

O novo chefe do governo italiano, Mario Monti, antecipou para este domingo uma reunião ministerial que resultou adoção de novas medidas de ajuste fiscal, de acordo com um breve comunicado oficial. A reunião estava prevista para acontecer na segunda-feira, mas a pressão dos especuladores sobre a dívida italiana apressou a adoção do novo pacote, antes da abertura das bolsas.

Mario Monti (esquerda) conversa com Mario Draghi em reunião de ministros das Finanças da zona do euro no final de novembro.
Mario Monti (esquerda) conversa com Mario Draghi em reunião de ministros das Finanças da zona do euro no final de novembro. REUTERS/Yves Herman
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A situação das contas públicas na Itália é crítica, com crescentes dificuldades de financiamento dos títulos soberanos, o que levou o primeiro-ministro Mario Monti a antecipar o anúncio de um novo pacote de austeridade visando e reequilíbrio orçamentário em 2013. 

Segundo a imprensa italiana, o novo plano deve chegar a 24 bilhões de euros de economias. As medidas devem incluir um aumento da maior alíquota do imposto de renda das pessoas físicas, um novo aumento do IVA, o imposto sobre valor agregado, a criação de uma alíquota de imposto sobre a fortuna, e também aumento dos impostos de bens imobiliários e produtos de luxo.

Monti também deve apresentar as linhas gerais da esperada reforma da Previdência, ampliando o tempo de contribuição dos trabalhadores dos atuais 40 anos. O modo de cálculo das aposentadorias deverá ser modificado, passando a levar em conta o conjunto da carreira e não mais os últimos anos de salário, como acontece atualmente. É provável que as mulheres sejam afetadas pela reforma, sendo obrigadas a trabalhar por mais tempo para obter a pensão integral.

O primeiro-ministro passou o final de semana apresentando as principais medidas aos líderes partidários e sindicatos. Desde o início da crise, a Itália já adotou dois planos de austeridade, em julho e setembro passados, num valor global de 60 bilhões de euros.

A dívida italiana atingiu a soma astronômica de 1,9 trilhão de euros, cerca de 120% do PIB. A França é o país que tem o maior volume de títulos italianos em seu sistema bancário. O impasse nas negociações com a Alemanha, para enviar um sinal forte de confiança aos investidores na zona do euro, provocou uma alta insustentável dos juros dos títulos públicos nos últimos dias.

Novo braço de ferro entre Sarkozy e Merkel

Nesta segunda-feira, o presidente Nicolas Sarkozy e a chanceler Angela Merkel se reúnem em Paris para mais um dia de negociações sobre o salvamento da zona do euro. Segundo um comunicado do Palácio do Eliseu, os dois líderes farão propostas para garantir o futuro da união monetária.

Sarkozy tenta convencer o governo alemão a aceitar que o Banco Central Europeu (BCE) possa comprar a dívida de países mais frágeis, a fim de limitar os efeitos da alta das taxas de juros, que se tornaram uma bola de neve. Mas a Alemanha, maior contribuinte do BCE, se opõe a socorrer os estados que gastaram acima de sua capacidade de reembolso.

O presidente francês acredita ter obtido uma pequena concessão da poderosa chanceler alemã. No último encontro entre os dois, eles concordaram que não darão mais recomendações sobre o que a BCE, banco central independente, deve ou não deve fazer. Em outras palavras, o BCE poderá comprar grandes quantidades de dívida para aliviar as pressões dos mercados. A Alemanha vai fingir que não vê.

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