Confronto entre policiais e imigrantes tunisianos deixa feridos em Lampedusa
Confrontos entre policiais e imigrantes clandestinos e entre moradores da ilha e imigrantes deixaram cerca de uma dúzia de feridos nesta quarta-feira em Lampedusa.Os incidentes ocorreram durante um protesto dos imigrantes contra as condições de retenção na ilha italiana.
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A ilha siciliana de Lampedusa teve nesta quarta-feira cenas de uma verdadeira guerrilha urbana. A tensão vinha aumentando nos últimos dias devido à presença de mais de mil imigrantes tunisianos que pedem transferência para outros centros de detenção na Itália mas devem ser enviados de volta ao seu país de origem, como previsto em um acordo assinado entre Roma e Túnis.
Um grupo de imigrantes provocou ontem um incêndio que destruiu três prédios do centro de acolhida local e na manhã de hoje cerca de 300 tunisianos desfilaram pelas ruas de Lampedusa aos gritos de "Liberdade, liberdade!". A manifestação terminou em um violento confronto com a polícia.
Exasperados com a presença dos imigrantes, alguns habitantes começaram a jogar pedras nos manifestantes, que revidaram e ameaçaram explodir butijões de gás. Outros habitantes da ilha atacaram jornalistas itailanos e equipes de televisão, acusados de divulgarem uma imagem distorcida de Lampedusa.
Várias dezenas de moradores da ilha assediaram a prefeitura, onde se encontrava o prefeito Bernardino De Rubeis, acusado de ser tolerante demais com os imigrantes. Encurralado, o prefeito ameaçava se defender com um taco de baseball. "Estamos vivendo uma guerra", disse o prefeito, pedindo que o Estado italiano envie imediatamente helicópteros e navios para evacuar os tunisianos.
O governador da Sicília, Raffaele Lombardo, também pediu a evacuação imediata da ilha. "Não podemos aceitar que essa pérola do Mediterrâneo se torne um território de guerrilha e terror", afirmou Lombardo.
Entre os feridos estão quatro agentes das forças da ordem, sete imigrantes tunisianos e um ativista pelos direitos humanos, segundo o jornal italiano La Repubblica.
Mais de 48 mil imigrantes ilegais vindos da Tunísia e da Líbia chegaram ao sul da Itália desde o início do ano após atravessar o Mediterrâneo, geralmente em barcos com poucas condições de segurança.
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