Indignados fazem nova manifestação no centro de Madri

Dois meses depois de tomar praças e ruas da Espanha, o chamado movimento dos indignados voltou neste domingo a seu epicentro, a Porta do Sol, em Madri. Desta vez, Sol foi o encontro de 500 pessoas que passaram o último mês caminhando até a capital espanhola desde as cidades de Santiago, Bilbao, Barcelona, Valência, Múrcia, Málaga e Cáceres.  

Indignados voltam a se manifestar em Madri, na Porta do Sol, contra o desemprego e a crise econômica. Reuters

Luísa Belchior, em Madri

Em Madri, se uniram aos manifestantes da capital outros indignados provenientes de toda a Espanha. No fim da tarde deste domingo, cerca de 3 mil pessoas saíram da praça de Cibeles e foram até a Porta do Sol, bloqueando o trajeto mais turístico da cidade. Os indignados passaram o último mês fazendo assembleias no interior do país e chegaram à capital numa caravana de 30 ônibus.

Durante a manifestação, um grupo de 20 pessoas protestou sem roupas em frente ao Banco da Espanha. Outro, de 200 manifestantes, foi até a porta do Congresso, onde policiais faziam um cerco. Mas não houve enfrentamento.

O objetivo da nova manifestação, dois meses depois do primeiro protesto, foi mostrar que o movimento dos indignados continua com fôlego. E também com forte apoio dos espanhois, que na manhã de domingo levaram quilos de doações de comida, roupas e colchões para o acampamento dos manifestantes, que foi montado outra vez na Porta do Sol.

Quem não gostou nada foram os comerciantes da praça. Eles prometeram registrar queixa se o acampamento seguir de pé na segunda-feira, quando os indignados fazem seu primeiro fórum, para discutir suas ações no segundo semestre. Até lá, eles querem continuar com as mobilizações que têm feito em Madri para impedir expulsões de quem não consegue pagar as hipotecas de imóveis comprados antes da crise.

Até o momento, os indignados já conseguiram que a Justiça deixasse de desalojar 52 famílias.