UE vai ajudar Itália a enfrentar fluxo de imigrantes da Tunísia
Depois da chegada, em poucos dias, de mais de cinco mil tunisianos à ilha italiana de Lampedusa, a Frontex - agência europeia que regula a cooperação nas fronteiras externas dos países do bloco - anunciou nesta terça-feira que vai apoiar as autoridades italianas. A situação dos clandestinos está indefinida e muitos deles querem vir para a França.
Publicado em: Modificado em:
Em coletiva de imprensa em Berlim, IlKka Laitine, diretor da Frontex - Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia, informou que daqui a alguns dias será lançada uma operação que vai mobilizar entre 30 e 50 pessoas, além de alguns navios e aviões. Não foram dadas precisões sobre que tipo de operação está sendo preparada. Até o momento, a situação dos clandestinos está indefinida.
Na segunda-feira, a Comissão Europeia pediu aos governos do bloco contribuições para conter a partida de imigrantes da Tunísia. A Comissão também está estudando meios de ajudar financeiramente a Itália, que solicitou 100 milhões de euros para controlar a entrada de imigrantes ilegais.
Esta não é a primeira vez que um país pede apoio à agência europeia. A Frontex já mobilizou a polícia de fronteiras em diversas nações para ajudar a Grécia a controlar sua fronteira com a Turquia, um exemplo de assistência que poderia ser dada à Itália. A organização de patrulhas marítimas também faz parte das funções da agência que, porém, não possui recursos financeiros próprios; são os governos da União Europeia que devem pagar os meios humanos e ceder navios, aviões e helicópteros para as operações.
Depois da transferência de quase três mil tunisianos dos centros de acolhimento da ilha de Lampedusa, duas mil pessoas ainda se encontravam no local, segundo o Ofício Internacional para as Migrações.
Tunisianos na França
Entre os cinco mil clandestinos que desembarcaram em Lampedusa nos últimos dias, muitos manifestaram o desejo de vir para a França, onde vive uma comunidade de 600 mil tunisianos.
O governo francês reagiu, anunciando que acolheria apenas alguns casos particulares e lembrou que os clandestinos devem ser reconduzidos aos seus países de origem. "Examinaremos os pedidos individualmente e consideraremos os casos que se enquadrarem no nosso direito de imigração, que devem ser muito poucos", afirmou o ministro francês para Assuntos Europeus, Laurent Wauquiez, insistindo que a França não vai validar a imigração ilegal. O ministro do Interior e da Imigração, Brice Hortefeux, lembrou a política migratória do país e endossou a posição de Wauquiez.
Até agora, a ONG "Save the Children" notificou a chegada de cerca de 200 crianças a Lampedusa. A coordenadora de projeto da ONG na ilha italiana, Viviana Zalastro, explica que as crianças pedem para serem trazidas para a França, onde têm muitos familiares.
Viviana Zalastro, coordenadora de projeto da ONG "Save the Children"
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro