Bento 16 evita falar sobre pedofilia na missa de Páscoa
Na tradicional missa solene do domingo da ressurreição de Páscoa, realizada todos os anos no Vaticano, o pontíficie disse que a humanidade está em crise e pediu paz no Oriente Médio. O decano do cardeais, Ângelo Sodano, entretanto, defendeu Bento 16 e lembrou que o povo de Deus está com o Papa, e que a igreja não se deixaria abalar pelos "falatórios do momento."
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O Papa Bento 16 não disse uma palavra sobre os escândalos de pedofilia que abalam a Igreja Católica durante a missa Solene do Domingo da Ressurreição de Páscoa, realizada todos os anos no Vaticano. O pontíficie disse que a humanidade está em crise e pediu a paz no Oriente Médio e em outras regiões do mundo, onde cristãos sofrem com perseguições, como no Iraque e no Paquistão.
Na tradição milenar da Igreja Católica, nunca a celebração da Ressurreição foi precedida por uma mensagem de felicitações ao Papa. Rompendo o protocolo antes da missa, o decano do colégio dos cardeais, Ângelo Sodano, afirmou que “O povo de Deus está com o pontífice e que não se deixaria abalar pelos falatórios do momento”, em alusão às críticas feitas pela imprensa do mundo inteiro aos casos de pedofilia envolvendo padres católicos.
Gina Marques, correspondente da RFI em Roma
Milhares de fiéis enfrentaram a chuva para participar da missa. Na mensagem Urbi et Orbi, que significa "da cidade ao mundo", Bento 16 falou que até hoje a humanidade precisa da salvação do evangelho para sair da crise, que pede mudanças profundas na consciência e não apenas correções superficiais. O pontífice também fez um apelo pela paz no Oriente Médio, no Iraque e na África e lamentou as vítimas dos terremotos no Haiti e no Chile. Bento 16 também mencionou o sofrimento da América Latina e os crimes ligados ao narcotráfico. No final, o Papa desejou feliz Páscoa em 65 idiomas, inclusive o português.
O domingo de Páscoa foi marcado por críticas ao pontífice e pela maneira como a Igreja lidou com mais de 3 mil casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes. Alguns especialistas em religião acreditam que o celibato deveria ser abolido para evitar problemas como a pedofilia.
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