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Copa do Mundo

Marta sobre o VAR após derrota para Austrália: "Quero quebrar"

A número 10 e capitã do Brasil se mostrou profundamente irritada com a arbitragem de vídeo que, na sua opinião, teria prejudicado a seleção na derrota contra a Austrália nesta quinta-feira (13) pela segunda rodada da Copa do Mundo. A atacante Cristiane falou em “apagão” da equipe e Andressa considerou o primeiro gol das adversárias como “inadmissível”.

Marta, na comemoração de seu gol, mostra a chuteira com o símbolo da campanha pela igualdade no futebol.
Marta, na comemoração de seu gol, mostra a chuteira com o símbolo da campanha pela igualdade no futebol. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Um imenso sentimento de frustração invadiu a seleção brasileira depois da derrota de virada para a Austrália por 3 a 2. Depois de abrir vantagem de dois gols, a equipe parecia ter o jogo nas mãos, mas não soube administrar a vantagem e sofreu um “apagão” em campo, permitindo a virada histórica das australianas.

“Começamos bem o jogo, mas deixamos elas fazerem um gol no final do primeiro tempo que levantou a equipe. Elas fizeram uns gols ‘muito baratos’”, analisou Marta. A número 10 ficou particularmente inconformada com a assistência de vídeo, que foi acionada várias vezes durante a partida. No entanto, um lance no final da partida envolvendo a meio-campista Andressa não despertou a atenção da juíza e o recurso não foi usado, o que na opinião de Marta prejudicou o Brasil.

“No final, toda essa situação, o pênalti claro em cima da Andressa que não deu. Isso é um absurdo. É lógico que a gente fica chateada”, disse. No final da entrevista, questionada novamente sobre o que pensa da assistência de vídeo aos jornalistas, ela desabafou: “Quero quebrar”.

Antes da declaração, Marta explicou que sua substituição entre o primeiro e segundo tempo estava prevista. “Estou voltando, estava combinado de jogar um tempo. Preferia que uma atleta com todo o gás, a 100%, entrasse para ajudar a equipe. Foi uma combinação de sentimento com a razão.” Ela também avaliou o desempenho da equipe depois da sua saída e da de Formiga, que recebeu o segundo cartão amarelo, ficará de fora da próxima partida, e também não voltou ao campo depois do intervalo.

“A gente deveria ter voltado com o alerta ligado. Perdemos um pouco o foco, colocamos atletas que não têm tanta experiência. Abrimos um pouco o meio campo e demos a chance para elas nos sufocarem até sair os gols. Temos condições de corrigir essa situação. Não tem nada perdido”, completou.

Evitando comparações

Marta, que ao marcar o gol de penâlti chegou a 16 gols em Copas, superando a marca do artilheiro Ronaldo Fenômeno, relativizou a comparação: “Isso é uma igualdade de todas nós, todas as mulheres”. Marta lembrou de sua comemoração, quando apontou para as chuteiras onde estão impressos quadro quadrados, dois rosas e dois azuis, como símbolo da campanha sobre igualdade no esporte. “Não gosto de falar, só gosto de mostrar. Que a imagem possa falar por si.”

Andressa, que preferiu não se manifestar sobre o lance no qual o VAR poderia ter sido acionado, ficou indignada com a forma como a equipe levou a virada.

“Não dá para marcar um gol faltando um minuto para ir para o descanso, não dá, é imperdoável”, reagiu, sem esconder a irritação pelo gol sofrido pela seleção nos acréscimos do primeiro tempo. Segundo ela, o gol deu outro ânimo para as australianas na etapa final. “O jogo ficou totalmente aberto, tomamos um segundo gol que é falha da defesa, mas que é falha de todo o time. O terceiro gol, não sei se foi impedimento ou não, estavam discutindo se foi pênalti ou não, não nos cabe reclamar da arbitragem. A gente tinha o jogo na mão, perdeu e é totalmente culpa nossa”, declarou.

A atacante Cristiane, que marcou o segundo gol do Brasil e chegou a quatro na artilharia da Copa, se referiu a um “apagão” da equipe, particularmente no segundo tempo.

“Temos que estudar muito bem esse jogo, todo mundo tem que entender, procurar saber o que tem que fazer e a gente jogar bola. Não dá para dar um apagão como esse de hoje, ganhando de 2 a 0, e simplesmente parar de jogar e ceder para o adversário”, reclamou.

O próximo jogo contra a Itália, que venceu a Austrália na estreia, será fundamental para as chances de o Brasil seguir na competição. “Podemos nos classificar ainda, não tem nada perdido. Precisamos ver os erros e os acertos no primeiro tempo, porque tínhamos o jogo na nossa mão e era para termos nos classificado hoje. Vai ser um jogo mais nervoso para gente porque temos que ganhar de qualquer jeito”, resumiu Andressa.

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