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Jogadora brasileira estreia no handebol francês

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O handebol chegou ao Brasil na década de 1930 vindo da Europa. Desde então, passou por um processo de popularização, especialmente dentro das escolas brasileiras. A partir de 1990, o esporte se tornou uma grande chance de medalhas e conquistas para o país e tem revelado muitos talentos. Um desses destaques do handebol estará esse ano no campeonato francês. A cearense Elaine Gomes estreia nesta quarta-feira (29) jogando pelo Nantes Atlantique Handball. 

Elaine Gomes, um dos destaques internacionais do Nantes Atlantique Handball
Elaine Gomes, um dos destaques internacionais do Nantes Atlantique Handball Nantes Atlantique Handball
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Elaine, que fez parte da seleção brasileira campeã do mundo em 2013, voltou a Europa após ter passado pela Dinamarca, Romênia e Turquia. Mas desta vez, sente que está em casa. "O humor das meninas, as várias atletas parecidas comigo e toda hora brincando com muita alegria fazem eu me sentir em casa”, contou a atleta. “Não sinto falta de nada, a não ser dos parentes e alguns amigos”, afirmou.

Mas o caminho para chegar ao handebol profissional não foi fácil. “Comecei a jogar aos 12 anos em Fortaleza. Minha história é parecida com a de milhares de brasileiros de família pobre. Com aquela dificuldade para conseguir viajar, sempre dependendo da ajuda de terceiros”.

Passagem paga pela tia

Elaine contou que precisou implorar para que uma tia ajudasse a comprar uma passagem depois de se destacar em um torneio e ser convidada por um clube do sul do país. “Depois de um campeonato em Campina Grande, recebi uma proposta de um time de Santa Catarina, em Criciúma. Mas para conseguir ir pra lá, que foi o meu início de carreira, meu primeiro salário, foi um sufoco porque só minha tia Clarice tinha cartão de crédito que dizia ‘meu Deus se essa menina não jogar bem, quem é que vai pagar a passagem de volta’ e todos os dias eu chorava dizendo ‘por favor tia, acredita em mim’”, contou.

A tia Clarice acreditou e com isso Elaine começou a se destacar, até levar um susto. O dinamarquês Morten Soubak, ex-técnico da seleção brasileira de handebol, disse que ela teria que mudar de posição para ter acesso a seleção brasileira. “Ele me disse que ou eu trocava, ou eu não chegaria na seleção adulta. Fiquei desesperada, mas graças a Deus, recebi uma proposta do Força Atlética de Goiânia, onde me ensinaram tudo da posição de pivô e pouco tempo depois fui convocada várias vezes, até chegar na tão sonhada conquista do Mundial em 2013”.

A chegada à Europa

Com a vitória do campeonato mundial, as portas da Europa se abriram. Mas Elaine precisou enfrentar várias barreiras. Na Dinamarca, ela enfrentou a barreira do idioma e não se adaptou ao clima. Mas o mais difícil foi conviver com o racismo na Romênia. “Nunca sofri com o racismo no Brasil. Mas na Romênia, foi muito difícil. Acredito que usaram o preconceito como uma forma de fazer que eu pedisse para sair, pois a situação financeira do clube estava ruim e eles já não conseguiam pagar aquilo que tinham prometido”.

Elaine Gomes chega na França com a esperança de fazer crescer o Nantes Atlantique Handball, que nas últimas temporadas não foi tão bem. O presidente do clube, Arnaud Ponroy, fala em “começo de uma nova era”. “Esta será nossa sexta temporada na Liga Feminina de Handebol. As últimas cinco foram bem complicadas para nós. Sabemos que será difícil rivalizar com os maiores clubes franceses e europeus, mas hoje temos um objetivo e muita ambição par chegar lá”, afirmou Ponroy.

Além de Elaine Gomes, o clube francês também contará com a presença de outros cinco reforços para esta temporada.

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