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Esporte em foco

Brasil na Copa 2018: "nem vexame, nem hexa", dizem especialistas

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2018 mal começou, mas em ano de Copa do Mundo, não tem como fugir: o Brasil respira futebol.

Especialistas acreditam que seleção brasileira vai para copa da Rússia como uma das favoritas.
Especialistas acreditam que seleção brasileira vai para copa da Rússia como uma das favoritas. REUTERS/Yves Herman
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Durante o Mundial, que começa dia 14 de junho na Rússia, a seleção vai enfrentar a Suíça, a Costa Rica e a Sérvia. Mesmo que o grupo não apresente grandes dificuldades, a tarefa não será fácil, especialmente com a possibilidade de pegar a Alemanha logo em seguida. A Alemanha, carrasca do 7 a 1, mas também aquela mesma do Pentacampeonato de 2002. 

Será que 2018 vai ser ano de vexame ou de hexa? Para o jornalista Juca Kfouri, nem um nem outro. "O 7 a 1 é um chamado aborto da natureza. Aquilo não vai acontecer nunca mais e nem aquilo significava a diferença técnica entre a Alemanha e a seleção brasileira. Aquilo serviu para deixar o futebol brasileiro nu, do ponto de vista da organização, da corrupção, essa coisa toda. A seleção vai pra Copa da Rússia como uma das favoritas e, na minha visão, com menos chances do que tem a Alemanha, a França ou a Espanha de irem bem na Copa. Deve ir até a semi-final não diria tranquilidade, mas jogando bem. Depois é mata-mata, tudo pode acontecer," explica Juca. 

"Tite conseguiu trazer resultado e rendimento," diz Caio Ribeiro

Caio Ribeiro, ex-jogador e comentarista da Globo, concorda e acrescenta que o time do Brasil, que voltou para os braços do torcedor em 2017, vem forte para a Copa, em grande parte por conta do técnico Tite

"Além do lado de organização da equipe, que eu acho que no plano tático a gente deixou muito a desejar na última Copa, tem o fato dele ter uma aceitação junto ao torcedor muito grande e ele ter conseguido trazer resultado e rendimento. É o que todo torcedor sonha, que o Brasil vença jogando bem. A gente sabe que é uma Copa muito difícil, mas a gente está muito otimista justamente por ver essa evolução da seleção," diz Caio. 

E ele acrescenta: Brasil, França, Alemanha e Argentina estão com seleções de alto nível, além de Bélgica, Espanha, Inglaterra e Portugal, que podem surpreender. Juca também acredita que a seleção canarinha tem um time de respeito, já que conta com figuras importantes do futebol internacional, entre eles Gabriel Jesus, Philippe Coutinho e Neymar.

"Gabriel Jesus sofreu agora esse acidente mas é uma coisa que não deve demorar muito tempo pra que ele volte a brilhar no Manchester City. O Philippe Coutinho, ao que tudo indica, vai jogar no Barcelona depois de fazer uma temporada magnífica no Liverpool. Tem o Neymar, ainda precisando amadurecer como número um do Paris Saint-Germain, mas é também um baita jogador. O Paulinho surpreende a Europa com o futebol que está jogando no Barcelona. O William, muito bem também, explica Juca. "O Brasil tem uma defesa forte, tem bons goleiros - dois deles jogando na Europa -, tem uma bela dupla de zagueiro, tem os dois melhores laterais do mundo - o Daniel e o Marcelo -, ou seja, é um time pra ser olhado com muito respeito pelos adversários, disso eu não tenho dúvida nenhuma," completa. 

"Fifagate mancha futebol em 2018"

E pra quem é fã mesmo é do seu time de coração, a Copa Libertadores da América promete confrontos intensos em 2018, entre os 8 brasileiros e os rivais latino-americanos. O atual campeão, Grêmio, disputa o título com os conterrâneos Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco da Gama e Chapecoense, a partir do dia 22 de janeiro. 

A competição, segundo Juca Kfouri, é difícil para os times brasileiros. "Os brasileiros sempre têm mais dificuldade com as arbitragens da Libertadores porque é mais ou menos natural que quem fale a mesma língua se entenda melhor. O futebol brasileiro tem essa desvantagem. Também é uma competição de muita imprevisibilidade e de nível técnico baixo, além de todos os outros problemas que a Libertadores traz: violência, campos ruins, a dificuldade de locomoção e tudo mais. A Libertadores é uma competição que exercita o masoquismo do torcedor porque ele mais sofre do que se diverte." 

E não é só na Libertadores que o torcedor está sofrendo. Os recentes escândalos envolvendo o alto escalão da FIFA, apelidados de "FifaGate", mancham o futebol brasileiro e mundial em 2018. "Quando o futebol entra nessa linha de escândalo, de acusações, a gente lamenta muito porque futebol é entretenimento, é paixão. Então a gente quer que ele seja usado para nos divertir e não para nos decepcionar," diz Caio Ribeiro.  

2018 pode ser o ano das meninas do vôlei

Pra compensar os escândalos, vale lembrar que não é só de futebol que vive o esporte brasileiro. 2018 também será um ano importante para o vôlei, com os campeonatos mundiais masculino, que acontece do dia 10 ao dia 30 de setembro na Itália e na Bulgária, e feminino, realizado logo depois, entre 30 de setembro e 21 de outubro no Japão. Guilherme Costa, jornalista do Globoesporte.com e do SporTV, acha que esse pode, finalmente, ser o ano das meninas do vôlei. 

"A seleção feminina de vôlei do Brasil, que é muito querida por aqui, não tem o título mundial. Ela foi campeã olímpica duas vezes, em 2008 e 2012, mas nunca foi campeã mundial. Então a expectativa é que esse ano a seleção feminina finalmente ganhe essa medalha de ouro que falta. 2017 foi um ano bom porque o Brasil foi ouro no Grand Prix, a principal competição do ano passado. A seleção feminina vem forte e a expectativa é que vença o primeiro título," indica Guilherme. 

Já no masculino, a expectativa é de no mínimo uma final. As estatísticas falam por si: nos últimos quatro mundiais, que como a Copa do Mundo ocorrem a cada quatro anos, foram três ouros e uma prata.  

Judô e canoagem também prometem

Quanto a outros esportes, 2018 também é ano de Olimpíadas de Inverno, entre os dias 9 e 25 de fevereiro em PyeongChang, na Coreia do Sul. No entanto, vai ser difícil ver brasileiro no pódio. O importante mesmo é se concentrar em outras competições, como os mundiais de judô, em setembro, e canoagem, em agosto, nos quais o Brasil pode brilhar. 

"O judô do Brasil é muito bom, o Brasil é com certeza uma das três maiores potências, junto com o Japão e a França, então em campeonatos mundiais o Brasil costuma ganhar três, quatro, cinco medalhas. E o brasileiro aprendeu a assitir canoagem na Olimpíada do Rio, na qual ganhou três medalhas com o Isaquias Queiroz", ressalta Guilherme. "Eu acho que judô e canoagem são os principais esportes porque esse ano não tem campeonato mundial em piscina longa de natação e não tem campeonato mundial de atletismo a céu aberto," afirma.  

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