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Esporte em foco

"Foi a maior adrenalina que já passei na vida”, diz Lourival Roldan vencedor do Rally Dakar

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Antes de cruzar a linha de chegada, confirmando o título inédito de campeão da categoria UTV do Rally Dakar, a dupla brasileira formada pelo navegador Lourival Roldan e o piloto Leandro Torres passou um grande aperto.

A dupla que forma Lourival Roldan (Polaris) na foto com Leandro Torres foi campeã na categoria UTVs do Rally Dakar 2017.
A dupla que forma Lourival Roldan (Polaris) na foto com Leandro Torres foi campeã na categoria UTVs do Rally Dakar 2017. Arquivo pessoal
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Depois de ter concluído a última “especial”, a conquista já estava assegurada, mas vários problemas no carro por pouco não estragaram a consagração dos brasileiros. “Tivemos um problema de ventilação, a água não esfriava. Descobri quatro relés no carro que deram problema de contato. Terminamos a ‘especial’, que teoricamente nos fez campeões, mas faltava chegar ao pódio. No deslocamento, quebrou o rolamento da roda traseira. Consertamos. Depois, começou a espirrar óleo para tudo quanto é lado, e vimos que era uma mangueira que tinha rompido. Não foi fácil”, declarou o navegador Lourival Roldan.

O paulista ainda mantém vivos na memória os momentos marcantes de uma prova que reuniu oito duplas participantes e teve vários trechos difíceis, com temperaturas extremas e vários dias em altitude acima de 3 mil metros.

“Foi emoção do início ao fim, até ser campeão. Foi um rali com muitos altos e baixos, com emoções a mil. Foi a maior adrenalina que já passei na vida. A chegada foi realmente muito estressante”, lembrou. “A satisfação de passar lá em 1° lugar e consagrar essa alegria, não só para a gente mas para todos os torcedores, principalmente do Brasil, foi maravilhosa”, resumiu.

Desespero com o último lugar

Lourival Roldan relatou na entrevista ao RFI Convida as dificuldades de conduzir o carro durante o trajeto que começou no Paraguai, passou pela Bolívia e terminou na Argentina. “Foram muitos momentos difíceis. No segundo dia tivemos o radiador lotado de barro. Em outro dia, no ‘trial’, o triângulo e a balança quebraram e tivemos que esperar o carro de apoio, que também havia quebrado”, lembrou. “Mas também encontramos vários competidores perdidos depois e conseguimos recuperar o tempo”, afirmou.

“Na prova estivemos em último, já com o desespero de perder o Dakar, e encontramos os concorrentes também quebrados, com dificuldades, e voltamos à liderança ainda na mesma etapa”, destacou. “Foram muitas emoções nesse Dakar, com muita dificuldade de navegação. Dos 10 anos que participei do Dakar, essa foi a prova com maior dificuldade de navegação”, afirmou.

“A grande dificuldade é de que não temos ar condicionado no carro. Enfrentamos temperaturas próximas a zero e, em outros casos, temperaturas com sensação térmica de até 55 graus. Era muito quente, com muita poeira dentro do carro que não dava pra tirar, não dava para fechar as janelas”, contou.

Nova categoria, mesmas convicções

Lourival aprovou a estreia em 2017 da nova categoria UVT, uma espécie de bugue. Antes, a máquina integrava a categoria Carros. “Foi acertada a criação da categoria porque nosso carro é limitado, ele chega no máximo a 120 km/h. Todos os outros carros nos ultrapassavam nas retas. Nos trechos sinuosos, a gente conseguia tirar uma vantagem. É uma categoria que está crescendo muito e deverá ter mais concorrentes na próxima (edição do rali)”, acredita.

Experiente no Dakar e participando desde que a competição se realizava no deserto africano, Lourival renovou suas energias com o título e já se projeta no evento do ano que vem: “Eu estou com 58 anos e espero fazer mais umas 20 vezes. A minha idade não me preocupa e não pesa. O rali é uma atividade que te permite, com um veículo automotor, não ter tanto esforço físico. É mais uma capacidade mental para controlar o medo e a ansiedade. O medo faz você perder energia. Sempre tem que acreditar que vai conseguir”.

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