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Esporte em foco

Leandro Torres e Lourival Roldan falam sobre expectativas do Rally Dakar 2017

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O Rally Dakar 2017 começa nesta segunda-feira (2) com largada inédita em Assunção, no Paraguai. Até o dia 14 de janeiro, 490 concorrentes de 59 nacionalidades vão percorrer 8.900 quilômetros em três países − Paraguai, Argentina e um longo trecho na Bolívia. A RFI conversou com a dupla Leandro Torres e Lourival Roldan. Pelo segundo ano consecutivo, o piloto carioca de 45 anos e o experiente navegador paulista de 58 anos vão representar o Brasil na categoria UTV, uma espécie de bugue.

Lourival Roldan (à esquerda) e Leandro Torres correrão o Dakar 2017 com o UTV Polaris.
Lourival Roldan (à esquerda) e Leandro Torres correrão o Dakar 2017 com o UTV Polaris. facebook.com/lourival.roldan
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O traçado do Dakar 2017 é considerado pela organização como o mais difícil desde que a prova deixou os desertos da África para se instalar na América do Sul. Por conta das temperaturas extremas, que podem variar de zero a 48°C, e altitudes de até 5 mil metros, os participantes serão fisicamente bastante exigidos.

Seis brasileiros participam da competição. Na categoria moto, Gregorio Caselani estreia na Honda ao lado de Richard Fliter, enquanto Ricardo Martins pilota sua Yamaha. Marcelo Medeiros será o único representante nacional no quadriciclo (Yamaha). O piloto Torres e o navegador Roldan completam o time verde-amarelo na categoria UTV (veículo utilitário para tarefas). 

Condições climáticas extremas

De acordo com Torres, o maior desafio do Dakar 2017 serão as condições climáticas. "O trecho mais difícil será o retorno de La Paz, na Bolívia, para a Argentina. Vamos passar de uma altitude de 4 mil pés, onde o ar é muito rarefeito e as temperaturas baixas, para o norte da Argentina, na região de Salta, muito quente nessa época do ano. A temperatura chega a 48°C", conta o piloto. Ele lembra que por causa desse contraste, no ano passado, a dupla enfrentou problemas de hidratação e sofreu queimaduras nos pés, o que prejudicou as condições físicas dos dois concorrentes.

Para sua segunda participação no Dakar, o carioca morador de São Paulo, que "na vida normal" trabalha no setor de investimentos de um banco, intensificou os treinos em altitudes elevadas "fazendo exercícios de bicicleta", a fim de melhorar sua capacidade respiratória.

O carro também passou por adaptações para evitar os transtornos relacionados com as altas temperaturas. "Vamos usar um UTV Polaris praticamente igual ao do ano passado, com motor aspirado de 1.000 cilindradas, que é o modelo mais confiável da marca. O que muda é o sistema de refrigeração, que passou da parte dianteira para a traseira do utlilitário, com novas entradas de ventilação para enfrentar as temperaturas altas na Argentina", explica Torres.

Falta uma vitória no Dakar

Para o veterano Roldan, a largada em Assunção marca sua décima participação no Dakar. A experiência acumulada em ralis faz com que o mistério não seja mais o mesmo, mas o paulista, diretor de provas na Mitsubishi, afirma que o desejo de participar dessa grande aventura esportiva off road permanece intacto. "O desafio, a dificuldade, o fato de andar por lugares desconhecidos, que não têm nem trilha, é algo muito energizante. São momentos maravilhosos, paisagens que a gente olha pensando que nunca ninguém esteve naquele local, é um negócio muito interessante", diz Roldan com entusiasmo.

Com uma carreira coroada de sucessos, em suas 15 participações no Rally dos Sertões e nove no Dakar, Roldan disse à RFI qua ainda tem esperança de triunfar nessa competição. "Eu, que comecei com o Klever [Kolberg] em 2003 e chegamos perto de terminar no top 5 dos carros, acho que com a nova categoria SSV existe uma grande chance de colocar uma dupla brasileira como campeã do Dakar. É o meu sonho e vou continuar tentando enquanto for possível", enfatizou o navegador.

Torres, o companheiro de equipe, também corre pelo desafio e fala da relação que se formou, em apenas um ano, entre ele e Roldan. "Nossa proposta de vida é bem similar. A gente tem família e o Rally Dakar é o grande desafio que a gente guarda para percorrer no ano. Nosso jeito de assumir os riscos é parecido", afirma.

Questionado sobre a diferença entre correr o Rally dos Sertões e o Dakar, Torres é taxativo: "O Dakar é outra esfera. Cada dia que você termina é uma vitória que dá uma motivação extra para continuar no dia seguinte. É uma estrutura gigante, um mundo diferente. É a nata do off road mundial."

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