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Esporte em foco

Concorrência com Thiago Silva é leal e justa, diz Marquinhos

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Considerado um dos jogadores mais valiosos e de futuro garantido no PSG, o zagueiro brasileiro Marquinhos demonstrou uma grande virtude antes de se tornar titular na defesa do clube tetracampeão francês: paciência. Contratado da Roma em 2013 pelo clube parisiense, o ex-corinthiano chegou com uma grande promessa, mas passou pelo menos três anos na sombra de uma dupla considerada por muitos anos a melhor do mundo, formada pelos compatriotas Thiago Silva e David Luiz.

RFI
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A situação de “reserva de luxo” incomodava na medida em que nas raras chances que teve como titular demonstrava seu potencial e versatilidade. Cortejado pelos grandes clubes europeus, como Barcelona, de acordo com a imprensa esportiva, Marquinhos ameaçou deixar o Paris Saint-Germain se não tivesse mais tempo de jogo.

Suas convocações consecutivas para a seleção brasileira e conquistas como a medalha de ouro com a seleção olímpica contribuíram para o zagueiro de 22 anos atingir um outro patamar no planeta futebol. Atualmente, segundo levantamento da revista France Football, Marcos Aoás Correa está entre os 50 jogadores mais cotados no mercado. (42° da lista com o valor do passe avaliado em €42 milhões).

A chegada do novo treinador para o PSG, o espanhol Unai Emery, teve como efeito imediato a titularização na equipe, facilitada também pela decisão do ex-companheiro de equipe David Luiz de negociar sua volta ao Chelsea.

Nessa entrevista à RFI Brasil no centro de treinamento do Paris Saint-Germain, Marquinhos lembrou do período em que pensou em deixar clube, falou da adaptação do time ao novo treinador, a briga pela liderança do campeonato francês com o Mônaco e o Nice e também sobre a concorrência com o amigo e companheiro Thiago Silva pela zaga na seleção brasileira.

(RFI) Como você avalia a atual fase do PSG?

(Marquinhos) O PSG cresce a cada jogo. A progressão é desde o começo do campeonato. O começo foi difícil pela transição, com a chegada do novo treinador, jogadores que foram e outros que chegaram. Isso requer um pouco de tempo, é normal. Leva tempo, mas conseguimos assimilar muito rápido, melhorar nosso jogo e estamos conseguindo dar nossas respostas dentro de campo.

A concorrência com o Mônaco e o Nice é bom para o clube?

É bom porque nos mantém em alto nível. Um campeonato forte pode nos ajudar a não nos acomodarmos com o que já conquistamos.

O que mudou com a vinda do novo treinador, Unai Emery?

É um treinador que gosta de detalhes, que trabalha muito em cima de tática e vídeos. Ele é apaixonado pelo que faz, dá para ver na beirada do campo e nos treinamentos. Ele passa a paixão dele para todos os jogadores. Hoje o time é muito mais agressivo, focado naquilo que quer, mas temos muito a crescer ainda.

Você quando chegou ao PSG em 2013 era reserva de um time que tinha David Luiz e Thiago Silva. Você foi conquistado e reclamando espaço na medida em que foi evoluindo com o time. Foi uma exigência da sua parte ter mais tempo de jogo para ficar no PSG?

Foi normal. Todo jogador não pode se acostumar com o banco de reserva, senão tem alguma coisa errada. Eu também entro nessa direção. Eu trabalhei, dei duro nos treinamentos e nos jogos tentei fazer o meu melhor. Respeito apo máximo a escolha dos treinadores que estiveram aqui anteriormente, mas tinha que seguir o meu caminho, querer algo a mais para continuar progredindo, ganhando meu espaço e fazendo meu nome. Entendia que era um jogador jovem, que estava chegando ao clube. Eu vinha de uma boa temporada com o Roma. O PSG tinha uma outra dimensão, com grandes jogadores que tem aqui e tinha na época. Respeitei muito, trabalho houve e concorrência vai ter sempre. Hoje estou vivendo um bom momento na minha vida com o PSG e a seleção brasileira. Estou trabalhando firme para continuar crescendo porque tenho uma margem de progressão muito grande.

Era uma condição para você ficar no PSG?

Também. Já estava três anos no banco de reserva esperando meu momento. Tinha feito bons jogos e em determinado temos que ter outros objetivos. E se minha situação continuasse daquele jeito tinha mesmo de pensar o que deveria fazer.

Você tem contrato com o PSG até 2018. Você tem a perspectiva de ficar no clube e prorrogar?

Tenho. Estou contente, dá para ver fora e dentro de campo. Minha família também. Estou muito feliz e agora é sentar, acertar números, ajustes todos que têm em contratos e meu pensamento é de ficar.

Como está a negociação?

Ainda no começo, vamos ver o que vai acontecer.

Qual é a ambição do PSG na Liga dos Campeões? É possível nesta temporada ficar entre os quatro e ir mais longe do que em outras temporadas?

Tudo é possível. Como diz o ditado, o futebol é uma caixa de surpresas. Nem sempre o melhor vence. Nem sempre o pior perde. Vivemos um começo de temporada normal, de transição. Estamos crescendo. Para ganhar a Liga dos Campeões e chegar em primeiro, o importante é se classificar. E no final da temporada é que você tem que estar em alto nível, sem jogadores lesionados, o que é muito importante e faz diferença para o grupo. É lá na frente que temos que chegar no nosso melhor nível.

Reuters / Stefan Wermuth

O espaço que você conquistou na seleção brasileira vem também de seu relacionamento com o Tite quando você ainda estava no Corinthians? Você conquistou a confiança dele e tem garantido o lugar de titular da seleção?

Eu acho que é mais pelo trabalho que venho fazendo hoje. O Tite é um treinador muito coerente. De lá para cá foram muitos anos. Eu me tornei um outro jogador, com mais experiência e mais rodagem no futebol. Eu tenho que estar bem, trabalhando firme e continuar fazendo bons jogos para continuar na seleção.

Por muito tempo você esteve na situação em que o Thiago Silva está em relação a você na seleção brasileira. Como fica o relacionamento entre vocês?

Nossa relação é muito boa. O Thiago é um amigo que tenho e um espelho para mim. A concorrência existe aqui e na seleção brasileira ainda é pior porque você está lidando com jogadores do país todo e de altíssimo nível. É normal de ter essa concorrência, mas ela é leal, justa, na qual todos trabalham e querem vencer.

 

 

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