Marta elogia estreia da seleção: "fantástico jogar em casa"
As jogadoras da seleção feminina de futebol do Brasil saíram muito satisfeitas com a vitória de 3 a 0 contra a China e com o desempenho coletivo no jogo de estreia nas Olimpíadas. Comandada pela experiente capitã Marta, a equipe começou com o pé direito a busca pelo inédito ouro olímpico.
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Enviado especial ao Rio de Janeiro,
Grande estrela do futebol feminino brasileiro, Marta revelou estar “calejada” e pela primeira vez não ter sentido o peso na estreia da seleção nos Jogos. Ela destacou sobretudo o comprometimento e o entrosamento da equipe, e diz não ter ficado surpresa com o resultado elástico.
“A gente sabia que a China é compacta atrás, tenta sair nos contra-ataques e tem bons passes. A gente estudou muito a equipe. Nós fomos construindo nossa vitória no decorrer da partida. O gol ainda no primeiro tempo deu tranquilidade”, avaliou a número 10. “No segundo tempo a gente sabia que elas viriam para o ataque. Fomos criando as oportunidades e fizemos os gols”, completou.
Autora do segundo gol da seleção, que a fez disparar na artilharia do Brasil em Jogos Olímpicos com 13 gols, a atacante Cristiane confessou que não esperava uma vitória tão confortável. “A gente jogou e se comportou bem. Tivemos uma outra impressão da China. Era uma seleção que apresentava mais agressividade, muito mais toque de bola e a gente acabou aproveitando os espaços que elas deram para poder infiltrar e marcar os gols”, disse.
“A gente jogou melhor hoje, eles deram ‘mole’ e aproveitamos. Surpreendeu porque nós estudamos e elas se apresentavam de outra forma, com muito mais agressividade do que foi hoje”, acrescentou. A estreia com gols e a ampliação de sua marca nos Jogos foi relativizada: “Foi muito bacana e importante para mim também para começar bem na competição. Eu não fico entrando em campo contando os gols para pensar nessa marca, não. Eu entro para ajudar a equipe para sair com a vitória. Isso é consequência”.
“A estreia sempre é o mais complicado. Mas a gente conseguiu uma vitória importante”, afirmou Thaisa no final do jogo.
A emoção de jogar em casa
O público que foi ao estádio Engenhão nesta quarta-feira e coloriu parte das arquibancadas de verde-amarelo pôde vibrar com a seleção e proporcionar, por outro lado, uma emoção particular para as jogadoras brasileiras, que normalmente atuam fora do país.
O fato de "jogar em casa" deu uma sensação “boa” para a artilheira da seleção, Cristiane. “Deu um frio na barriga, uma sensação boa de ver que famílias saíram de casa para ver o futebol feminino”, destacou.
“Foi fantástico, sem dúvida é uma motivação a mais. Como se diz, foi o décimo segundo jogador. Teve um momento em que a China começou a crescer no campo, e a torcida apareceu e começou a gritar. Deu uma energia muito grande”, disse Marta, que saiu ovacionada de campo no segundo tempo. “É ótimo jogar no Brasil, a gente sonha jogar assim em uma Liga Nacional, mas aos poucos a gente vai buscando nossos objetivos”, afirmou.
Jogadora do futebol sueco, Marta diz que sua experiência no país não vai fazer tanta diferença na hora da seleção brasileira enfrentar a Suécia, a próxima adversária, no sábado. “Não é a questão da experiência. A gente está dividindo a responsabilidade muito bem entre todas. É lógico que alguma coisa vou passar, mas em campo é 11 contra 11 e não dá para fazer tudo sozinha”.
Pentacampeã do troféu Bola de Ouro da Fifa de melhor jogadora do mundo, a "Rainha Marta" voltou a abafar rapidamente qualquer tentativa de comparação com o grande ídolo do futebol masculino: “Marta é Marta, Neymar é Neymar”.
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