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Futebol

10 fatos que marcaram a Eurocopa 2016

Durante um mês, de 10 de junho a 10 de julho, a França viveu o desafio de organizar um dos maiores eventos esportivos da Europa em meio a tensão e ameaças ligadas ao terrorismo. Em campo, foram 51 jogos com arquibancadas lotadas, acolhendo torcedores vindos de vários países para acompanhar a primeira competição disputada com um número recorde de 24 equipes.

Jogadores portugueses celebram vitória inédita na Eurocopa em pleno Stade de France.
Jogadores portugueses celebram vitória inédita na Eurocopa em pleno Stade de France. REUTERS/Carl Recine Livepic
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A final inédita entre os anfitriões da festa e a valente equipe de Portugal não fazia parte dos prognósticos dos especialistas de futebol. O resultado foi menos esperado ainda. A França acordou nesta segunda-feira (11) com uma imensa ressaca de tristeza, mas orgulhosa de ter sediado com grande sucesso um evento que ficará marcado na história do futebol europeu. A RFI Brasil preparou uma lista de 10 fatos que marcaram a Eurocopa de 2016.

1) Portugal conquista o primeiro título internacional de sua história

“Nós somos campeões, nós somos campeões”. O grito sempre preso na garganta pode enfim ecoar no palco da festa e nas ruas de Portugal, que ergueu o primeiro troféu de campeão em um torneio internacional. "Sofremos muito, mas mostramos aquilo que somos: resistentes, unidos, capazes de aguentar tudo", reagiu o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa ao resumir a alegria do povo português com a conquista inédita. Depois de um início hesitante, tendo se classificado em terceiro na fase de grupos, após três empates, a seleção treinada por Fernando Santos cresceu na competição e venceu apenas uma partida no tempo regulamentar: 2 a 0 contra o País de Gales. Na final, prevaleceu a tática bem definida pelo treinador Fernando Santos e bem aplicada pelos jogadores: bom bloqueio defensivo e contra-ataque fulminante. A equipe receberá a mais alta distinção do governo português pela conquista.

2) Cristiano Ronaldo

©REUTERS/Kai Pfaffenbach Livepic

Aos 31 anos, o craque entra definitivamente para a história de seu país e conquista um troféu de campeão com a seleção portuguesa que outras lendas do futebol português não conseguiram, como Figo e Eusébio. Sua saída em campo na final devido à lesão levou o time a superar sua ausência. “Pedi a Deus que me desse uma outra oportunidade e ele me atendeu. É um dos dias mais felizes da minha carreira”, declarou, emocionado, ao final da partida e depois de ter erguido o troféu inédito.

3) França decepciona mas organização é um sucesso

A surpreendente derrota na final será uma ferida difícil de cicatrizar para os jogadores franceses. O país vive o trauma de perder uma competição em casa, sendo amplo favorito e demonstrando um futebol tecnicamente superior ao adversário na final. O final foi infeliz para os anfitriões da Eurocopa. A derrota por 1 a 0 para os portugueses não estava no roteiro imaginado pelos torcedores e a imagem de um garoto com a camisa portuguesa consolando um francês viralizou na internet.

A Eurocopa em casa serviu para a seleção reconquistar de vez seus torcedores, depois do fiasco na Copa do Mundo de 2010, quando a equipe chegou a fazer greve e se revoltou contra seus dirigentes. Foi um longo caminho para reconquistar a confiança da torcida. O espírito coletivo implantado pelo treinador Didier Deschamps prevaleceu às estrelas individuais, e os “Bleus” voltaram a ser motivo de orgulho para seus fãs. O país, como anfitrião da festa, também soube superar o imenso desafio de organizar um evento cercado de ameaças. Um impressionante dispositivo de segurança foi destacado para garantir a segurança nos estádios e nas “fan zones”.

4) Novo ídolo dos “Bleus”: Griezmann

© Reuters

O jovem atacante de 25 anos começou mal a competição, foi par ao banco no segundo jogo contra a Albânia, mas depois fez os torcedores acreditarem na equipe com seus gols decisivos contra a Irlanda e principalmente na semifinal contra a Alemanha. Símbolo da nova geração do futebol francês, o atacante do clube espanhol Atlético de Madrid terminou como artilheiro da Eurocopa com seis gols. Acabou eleito o melhor jogador da competição, na escolha da UEFA, anunciada no dia seguinte à final.

 

5) Islândia: a sensação da Eurocopa

O pequeno país perdido no Atlântico Norte fez uma campanha extraordinária para quem participou pela primeira vez na Eurocopa. Com poucos jogadores conhecidos do grande público, os islandeses mostraram que as fronteiras do futebol estão cada vez mais abertas e revelando craques em campos de futebol pouco conhecidos. Azarões da competição, eles terminaram em segundo no grupo, eliminaram a Inglaterra por 2 a 1, de virada e só caíram diante da França, nas quartas. O entusiasmo com a seleção trouxe milhares de islandeses para a França e a coreografia “Uhu” com palmas das mãos e braços erguidos ficou registrada na competição e imitada até por outras equipes.

6) Paris homenageia torcedores da Irlanda e Irlanda do Norte

Eles trouxeram alegria e mostraram o lado festivo do futebol. Nas ruas, nos estádios e por onde passavam, a impressionante maré humana verde e branca conquistou a França. A canção oficial da Eurocopa, do badalado DJ francês David Guetta, foi ofuscada pela música Will Griggs’n on fire, uma adaptação dos irlandeses que virou um hino extraoficial da competição. Pela imagem que deixaram na Eurocopa, eles foram homenageados pela prefeitura de Paris.

7) Decepções: Espanha e Inglaterra

REUTERS/Philippe Wojazer

A seleção espanhola, que veio à França defender seu título, exibiu um futebol pouco convincente. Derrotada pela Croácia de virada, terminou em segundo de seu grupo e na sequência foi eliminada pela Itália. A decepção marcou o fim de uma era dourada do futebol espanhol. A Inglaterra não apenas decepcionou seu torcedores como virou piada ao ser eliminada pela estreante Islândia. Seus adversários lembraram que os ingleses saíram da Eurocopa duas vezes, em referência também ao Brexit, como ficou conhecida a decisão dos britânicos de sair da União Europeia. Duas equipes com tradição no futebol europeu deverão rever seus planos e estratégicas para o futuro.

8) Hooligans

O clima geral foi de festa, mas o início da Eurocopa foi complicado para as autoridades francesas e para as forças de segurança devido à presença de hooligans. Apesar do forte esquema de segurança para impedir a entrada de muitos deles que são fichados pela polícia europeia, hooligans russos, ingleses e até croatas conseguiram entrar no país e protagonizaram cenas de muita violência principalmente em Marselha, no início da competição. No final da Eurocopa, o ministério francês do Interior divulgou o resultado das operações no mês da competição: 1.550 interpelações e 59 condenações pela justiça com penas de prisão em regime fechado e expulsões.

9) Fan zones

O medo do terrorismo levou muitos a pensar que as fan zones não seriam uma boa ideia. Um local concentrando milhares de pessoas para assistir aos jogos em um telão poderia ser um alvo fácil para extremistas. Mas a política francesa de não se deixar intimidar pela ação a terrorista prevaleceu, e as áreas dedicadas aos fãs fizeram muito sucesso, sem incidentes graves. Em Marselha, as primeiras partidas refletiram o temor dos torcedores, com públicos que não passavam de cinco mil pessoas. Mas as fan zones foram enchendo conforme a competição avançava. A de Paris registrou 90 mil pessoas na semifinal contra a Alemanha e lotação máxima para a final, obrigando os organizadores e fechar as portas.

10) Mãe de Cristiano Ronaldo no Twitter

A polêmica final da Eurocopa 2016 ficou pela interferência da mãe de Cristiano Ronaldo no debate sobre a falta sofrida pelo craque português na partida final. Revoltada com o lance que tirou seu filho do jogo, Dolores Aveiro deu uma alfinetada em Payet: "Eu não posso vê-lo desta forma o meu filho. O jogo é chutar a bola e não ferir o adversário."

 

 

 

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