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Futebol/Fifa

Diretor financeiro Markus Kattner assume "assuntos cotidianos" da Fifa após saída de Valcke

O alemão Markus Kattner, diretor financeiro e secretário-geral adjunto da Fifa, "ficará responsável pelos assuntos cotidianos" da entidade, após a demissão nesta quinta-feira (18) do secretário-geral, Jérôme Valcke. A informação foi confirmada na tarde de sexta-feira por um porta-voz.

O ex-diretor geral da Fifa, Jerôme Valcke
O ex-diretor geral da Fifa, Jerôme Valcke REUTERS/Cathal McNaughton/Files
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Kattner, que comanda as finanças da Fifa desde 2003, foi nomeado secretário-geral adjunto em 2007, quando Valcke foi designado secretário-geral. Valcke ficou conhecido dos brasileiros quando disse que o Brasil devia levar um "chute no traseiro" para acelerar os preparativos da Copa do Mundo de 2014. Ironicamente, foi por causa do Mundial do Brasil que ele próprio levou um chute no traseiro.

O número 2 da Fifa na era Blatter nega "veementemente" a acusação, feita ontem pelo diário britânico Daily Mail, de ter operado um esquema de venda paralela e superfaturada de ingressos para a Copa de 2014. Mesmo assim, o comitê de ética da Fifa abriu uma investigação formal sobre o caso.

"Melhor que a bolsa de Nova York"

"Jérôme Valcke foi demitido com efeito imediato, até nova ordem. A Fifa tomou conhecimento de uma série de denúncias envolvendo o secretário-geral, e pediu para que uma investigação oficial seja realizada pela Comissão de Ética da Fifa", explicou a organização que rege o futebol mundial em um comunicado.

Quem acusou o cartola de estar por trás da negociação ilegal de milhares de ingressos foi um amigo e ex-parceiro de negócios de Valcke, o executivo e ex-jogador israelense Benny Alon, que dirigia uma empresa de marketing responsável por comercializar entradas VIP para a Copa.

Alon afirmou ter combinado com Valcke de dividir os lucros sobre as vendas dos ingressos para jogos do Brasil e da Alemanha. Conforme se aproximava a abertura da Copa, eles teriam começado a especular sobre o preço das entradas. O israelense até brincou em um e-mail enviado ao cartola, em abril de 2013, que o mercado dos bilhetes operava "melhor que a bolsa de Nova York". O advogado do dirigente francês chamou de "intoleráveis" as acusações "inventadas" por Alon.

Antigo suspeito

Essa não é a primeira vez que paira suspeita sobre o nome de Jérôme Valcke: quando estourou o mega-escândalo de corrupção da Fifa, em maio, Valcke chegou a ser acusado de transferir € 10 milhões para contas de Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, como retribuição da África do Sul por ter sido escolhida para sediar a Copa do Mundo de 2010.

Na época, o braço direito do presidente demissionário Joseph Blatter negou as acusações, e a Fifa explicou que Valcke era apenas um intermediário, e que o dinheiro era destinado a programas de desenvolvimento do futebol no Caribe.

O afastamento de Valcke foi anunciado poucas horas depois que a Justiça da Suíça aprovou a extradição para os Estados Unidos do ex-vice-presidente da entidade, o uruguaio Eugenio Figueredo. O próximo da lista pode ser o ex-todo poderoso da CBF José Maria Marín.

A Fifa deve eleger um novo presidente em 26 de fevereiro, após o escândalo sem precedentes que provocou a detenção de 14 pessoas a pedido da Justiça americana: nove altos dirigentes da entidade e cinco empresários do ramo do marketing esportivo.

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