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Fifa/Corrupção

Após denúncias, Jérôme Valcke é afastado do cargo de secretário-geral da Fifa

A Fifa anunciou na noite desta quinta-feira (17) que o francês Jerôme Valcke foi afastado do cargo de secretário-geral da entidade. A organização informou, por meio de um comunicado, que tomou conhecimento de uma "série de denúncias" contra o dirigente. De acordo com o documento, uma investigação oficial vai ser realizada pela Comissão de Ética da Fifa.

Jérôme Valcke pode estar envolvido em um esquema de venda ilegal de milhares de ingressos da Copa do Mundo de 2014.
Jérôme Valcke pode estar envolvido em um esquema de venda ilegal de milhares de ingressos da Copa do Mundo de 2014. REUTERS/Sergio Moraes
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Conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" para acelerar os preparativos da Copa do Mundo, Jerôme Valcke foi afastado "imediatamente" do cargo, depois que a Fifa disse ter tomado conhecimento de "uma série de denúncias" contra o francês.

Mais cedo nesta quinta-feira, a imprensa inglesa noticiou suspeitas do envolvimento do dirigente em um esquema de venda ilegal de milhares de ingressos da Copa do Mundo de 2014. Jornaus citaram denúncias de um executivo de uma empresa marketing responsável por comercializar entradas VIP.

Transferências de € 10 milhões

Quando o mega-escândalo de corrupção da Fifa estourou, em maio, Valcke chegou a ser acusado de transferir € 10 milhões em contas do ex-presidente da Concacaf, Jack Warner. O montante seria uma retribuição da África do Sul por ter sido escolhida para sediar a Copa do Mundo de 2010.
Braço direito do presidente demissionário Joseph Blatter desde 2007, o francês de 54 anos negou as acusações, e a Fifa explicou que Valcke foi apenas um intermedíario, e que o dinheiro era destinado a programas de desenvolvimento do futebol no Caribe.

Suíça aprova 1ª extradição

O anúncio da demissão de Valcke aconteceu poucas horas depois de outra notícia bombástica: a aprovação pela justiça da Suíça para a extradição para os Estados Unidos do ex-vice-presidente da Fifa, o uruguaio Eugenio Figueredo. Ele foi detido em um hotel de luxo no país em maio, junto com outros seis altos dirigentes da Fifa, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Ele também corre risco de ser extraditado nas próximas semanas.

No total, 14 pessoas foram indiciadas no caso : nove altos dirigentes da Fifa e cinco empresários do ramo do marketing esportivo.

De acordo com a investigação americana, o esquema de corrupção movimentou cerca de US$ 150 milhões nos últimos 25 anos. Na última segunda-feira (14), procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, já tinha adiantado numa entrevista coletiva em Zurique que estava "esperançosa" de que os cartolas serão extraditados. Ela também avisou que pretende "indiciar outras pessoas e organizações".

Pressão sobre Blatter

Por enquanto, o presidente demissionário da Fifa, Joseph Blatter, ainda não teve o nome ligado às investigações. Diante da forte pressão internacional, principalmente da parte dos patrocinadores, o dirigente suíço acabou colocando o cargo à disposição, mas permanece na presidência até a eleição do seu sucessor, marcada para o dia 26 de fevereiro de 2016.

Na segunda-feira, quando foi perguntada se Blatter também será ouvido nos Estados Unidos, Lynch usou o humor para desviar o foco, ao afirmar que "não está a par do cronograma de viagens" do suíço de 79 anos.

(Com informações da AFP)

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