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Fifa/Escândalo

Maradona sobre escândalo da Fifa: “Eu avisei, mas me chamaram de louco”

O ex-jogador Maradona reagiu rápido às denúncias de escândalo na Fifa. “Os mentirosos foram pegos de surpresa”, disse o argentino. “Hoje não há futebol, não há transparência – chega de mentiras e desse espetáculo montado para reeleger (Joseph) Blatter”, acrescentou em entrevista a uma rádio de Buenos Aires, referindo-se ao presidente suíço da entidade. O senador Romário também elogiou as prisões realizadas em Zurique: “lugar de ladrão é na cadeia”.

Diego Armando Maradona.
Diego Armando Maradona. Reuters
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A Fifa foi estremecida por um tsunami judicial nesta quarta-feira (17), com a prisão de vários integrantes do alto escalão da entidade em um hotel de luxo de Zurique, incluindo José Maria Marin, ex-presidente da CBF. A investigação, ordenada pelos Estados Unidos, pode afetar a trajetória do poderoso Blatter, que busca seu quinto mandato na Fifa. A eleição acontece na sexta-feira.

“Vamos ver se Blatter ganha depois disso; os americanos realizaram um trabalho impecável”, declarou Maradona, considerado o melhor jogador dos anos 1980. O primeiro confronto de Maradona com a Fifa aconteceu durante o Mundial do México, em 1986, quando o jogador questionou, junto com outros colegas, o fato de os jogos serem realizados de tarde, com o sol a pino, sob muito calor. A Argentina ganhou essa Copa e Maradona e Blatter selaram uma ruidosa inimizade.

Uefa pede adiamento de eleição

O suíço admitiu que a entidade enfrenta “tempos difíceis” e prometeu que os culpados seriam expulsos. Provisoriamente, a Fifa anunciou a suspensão de 11 integrantes, incluindo os sete executivos que foram preso pela manhã. A UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) pediu o adiamento do congresso e da eleição da presidência da Fifa por pelo menos seis meses.

A prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF e penúltimo governador de São Paulo durante a ditadura (1982-1983), foi elogiada por Romário. Sem economizar palavras, o ex-jogador e hoje senador declarou que “ladrão tem que ir para a cadeia”. O “Baixinho” disse esperar que essa reviravolta possa trazer mudanças benéficas para o futebol brasileiro.

No México, onde encerrou uma visita oficial nesta quarta-feira, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, também foi questionada a respeito: “Se for investigar, é preciso investigar todas as Copas, todas as atividades” ligadas ao futebol, declarou.
 
Nike e Brasil

Detalhes das acusações começam a ser divulgadas. Segundo documentos suplementares apresentados em um tribunal de Brooklyn e citados pela Bloomberg News, a empresa americana Nike assinou um contrato de exclusividade em 1996 para calçar e equipar a seleção brasileira por dez anos. O acordo custou à Nike $160 milhões de dólares, além de $40 milhões de dólares depositados em uma conta suíça de uma responsável da empresa detentora dos direitos de marketing no Brasil. Uma parte da propina foi desviada a uma figura do alto escalão da Fifa e a um dirigente do futebol brasileiro, segundo os documentos.

Milhões por votos

O governo sul-africano e o comitê de candidatura do Mundial de 2010 pagaram $10 milhões de dólares para Jack Warner, ex-presidente da União Caribenha de Futebol, em troca de três votos a favor da África do Sul, segundo documentos de acusação da justiça americana.
 

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