Tumulto em estádio do Egito mata 19 pessoas
As autoridades egípcias confirmaram nesta segunda-feira (9) a morte de 19 pessoas durante confrontos entre torcedores e a polícia no domingo em um estádio na periferia do Cairo. O balanço anterior da promotoria apontava 22 mortos no tumulto. Diante de mais uma tragédia com torcedores de futebol, o governo decidiu suspender todos os jogos da primeira divisão do campeonato por tempo indeterminado.
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Segundo o porta-voz do ministério egípcio do Interior, além dos 19 mortos, 22 policiais ficaram feridos e 18 torcedores detidos. O governo local liberou o estádio para apenas 10 mil torcedores para a partida entre o Zamalek e Enbi, válida pelo campeonato egípcio.
Mas o número de espectadores foi muito maior, o que levou muitos deles a forçar a entrada, de acordo com as autoridades locais. Testemunhas disseram que apenas uma porta do estádio foi aberta ao público e os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e abriram fogo contra a multidão.
O chefe dos serviços de emergência da capital egípcia, Khaled al-Khatib, afirmou que as mortes foram decorrentes do tumulto e nenhuma provocada por tiros. "Os corpos apresentavam muitos hematomas e alguns tiveram o pescoço quebrado", explicou.
Coquetel explosivo
Para analistas, a violência do domingo no Cairo é resultado de um "coquetel explosivo", formado pela ação dos hooligans locais e a repressão brutal da polícia para qualquer manifestação ou encontro de um grupo de pessoas.
Este novo episódio de violência acontece três anos depois da morte de mais de 70 torcedores em Port Said, norte do Egito, quando a polícia enfrentou torcedores de duas equipes rivais.
Depois da tragédia que chocou os egípcios, as autoridades decidiram banir ou limitar o número de torcedores em partidas de futebol no país.
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