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Esporte/Copa 2014

Para especialistas, violência de torcidas organizadas é um risco para a Copa

A violência das torcidas organizadas latino-americanas é uma preocupação durante a Copa do Mundo de 2014, afirmam especialistas. Esses grupos geram renda e muitas vezes estão no centro de conflitos políticos. 

Torcedores do Vasco da Gama agridem violentamente torcedor do Atlético Paranaense no jogo valendo pelo Campeonato Brasileiro em Joinville, Santa Catarina, em 8 de dezembro de 2013.
Torcedores do Vasco da Gama agridem violentamente torcedor do Atlético Paranaense no jogo valendo pelo Campeonato Brasileiro em Joinville, Santa Catarina, em 8 de dezembro de 2013. REUTERS/Carlos Moraes/Agencia O Dia
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Apenas no Brasil em 2013, 30 pessoas morreram em violências ligadas ao futebol, uma a menos que o recorde registrado pelo país em 2011. O número preocupa especialistas latino-americanos tendo em vista a proximidade da Copa do Mundo de 2014, prevista para os meses de junho e julho em diferentes cidades brasileiras. No início de dezembro, uma briga durante uma partida do Campeonato Brasileiro, ocorrida dois dias depois do sorteio para definir os grupos do Mundial, teve repercussão internacional.

Na Argentina, nove pessoas morreram em conflitos desse tipo este ano e doze em 2012. Há apenas dez dias, dois torcedores do time argentino Newell's Old Boys foram mortos a tiros por um membro da torcida do clube adversário Rosário Central. Mortes também foram registradas na Colômbia, Paraguai e Peru, enquanto torcedores foram feridos no Chile, Uruguai e Equador.

Para o sociólogo uruguaio, Leonardo Mendiondo, o futebol latino-americano é uma vitrine da violência social do continente. Diversos observadores revelam que os atos de violências são em geral planejados e coordenados pelas grandes torcidas organizadas. Essas legiões de torcedores fanáticos são vistas como "um meio de expressão para jovens em situação de exclusão".

"Eles se desconectam do sistema social através do futebol", explica o sociólogo Andres Parra, da Universidade Central do Chile, sublinhando o funcionamento tribal desses grupos, em que os membros se dedicam "de corpo e alma". Já o sociólogo, Aldo Panfichi, da Universidade Católica do Peru, faz referência a "expressão de problemas profundos", através da "válvula de escape" que representa essas horas passadas nos estádios a cada final de semana e que envolvem, muitas vezes, drogas e álcool. No Brasil, o sociólogo Maurício Murad evoca "um risco" para os torcedores estrangeiros no país, durante a Copa do Mundo.

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