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Economia/Recessão

Economista francês pede novo modelo de crescimento para evitar recessão mundial

Os sinais de desaceleração da economia se acumulam em grandes potências , como os Estados Unidos e a Alemanha. O temor de uma nova recessão mundial é grande. O contexto econômico se degrada em um momento em que medidas excepcionais tomadas para superar a crise de 2008 ainda estão em vigor, explica Sébastian Jean, diretor do Centre d’Études Prospectives et d’Informations Internationales (CEPII, Centro de Estudos Prospectivos e de Informações Internacionais. Ele diz ser necessário um novo modelo de crescimento para evitar uma recessão mundial.

Sébastien Jean, economista francês, diretor do CEPII, nos estúdios da RFI nesta quarta-feira, 21 de agosto de 2019.
Sébastien Jean, economista francês, diretor do CEPII, nos estúdios da RFI nesta quarta-feira, 21 de agosto de 2019. ©RFI
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Em entrevista à RFI, o diretor do CEPII, que é o principal centro público de pesquisa sobre economia internacional da França, confirma que as tensões comerciais, criadas com a política protecionista do presidente americano Donald Trump, e o Brexit agravam esse contexto de fragilidade. “A preocupação atual acontece quando as medidas adotadas em 2008 deveriam terminar. Mas não tivemos tempo de normalizar o sistema. A política monetária que sustenta a atividade continua, e temos a desaceleração”, analisa Sébastien Jean, que  é co-autor do livro “L’économie mondiale 2019”, editado pela La découverte.

A situação levanta questões importantes sobre a natureza do nosso sistema de crescimento e os mecanismos para superar as crises. “Há uma desaceleração estrutural na China, nos Estados Unidos e na Europa. Vivemos uma situação de inflação muito fraca há anos. As taxas de juros muito baixas, a 0 %, são uma anomalia histórica e não podem durar mais por muito tempo. Devemos encontrar um novo modelo de crescimento, um novo equilíbrio, se possível”, aponta o economista.

Europa mais fragilizada

A preocupação com a economia americana é grande, mas paradoxalmente os Estados Unidos não são o país onde a degradação é atualmente a mais clara. Na Europa, a começar pela Alemanha, o motor econômico da zona do euro, a desaceleração da atividade já é uma realidade. O PIB do país recuou 0,1% no segundo trimestre de 2019 e o Banco Central alemão já cogita um segundo trimestre consecutivo no vermelho.

“Os Estados Unidos estão dopados com a reforma fiscal do ano passado, que ainda produz efeito. Mas ela foi adotada quando não era necessário. Difícil achar uma coerência para a política econômica do governo Trump. O país tem pouca margem de manobra na sua política monetária e ainda por cima, como tem um déficit orçamentário elevado, tem também pouca margem de manobra nos gastos públicos”, antecipa Sébastien Jean.

O diretor do CEPII diz que não haverá milagres ou o fim das tensões criadas por Trump na cúpula do G7, que acontece neste final de semana em Biarritz, na França. Mas ele acredita que o diálogo e uma possível coordenação entre os líderes das principais potências mundiais será útil.

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