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Carlos Ghosn comparecerá à Justiça para tomar conhecimento de motivos da detenção

Um tribunal de Tóquio informou que o presidente da Renault, Carlos Ghosn, comparecerá à Justiça na próxima terça-feira (8), às 10h30, 23h30 pelo horário de Brasília. Nesta sexta-feira (4), os advogados de Ghosn fizeram um pedido especial para que seu cliente pudesse comparecer à corte para tomar conhecimento, por parte da Procuradoria e publicamente, dos motivos de sua detenção.

Carlos Ghosn, durante uma entrevista coletiva em Paris, em 2017
Carlos Ghosn, durante uma entrevista coletiva em Paris, em 2017 REUTERS/Philippe Wojazer
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O pedido foi feito com base em um dispositivo especial do artigo 34 da Constituição japonesa, que o tribunal não pode rejeitar. Detido em 19 de novembro, Ghosn permanece obrigado a se manter em silêncio, e seus advogados não podem assistir aos interrogatórios, nem ter acesso às provas do caso.

Na última segunda-feira (31), o tribunal de Tóquio decidiu prorrogar sua detenção por mais dez dias, até 11 de janeiro, no âmbito de um novo mandado de prisão por suspeitas de fraude. Ghosn é acusado de ter feito a Nissan acobertar "perdas em investimentos pessoais" durante a crise financeira de outubro de 2008, o que ele nega, segundo seus advogados citados pela imprensa japonesa. A quantia chega a 1,85 bilhão de ienes (em torno de US$ 16,6 milhões).

Nissan em crise

Para resolver este problema financeiro, teriam conseguido que um amigo da Arábia Saudita o avalizasse. O saudita em questão recebeu transferências, partindo de uma conta de uma filial da Nissan. Esse tipo delito normalmente prescreve ao fim de sete anos, mas a lei permite relativizar a passagem do tempo tendo em conta as viagens ao exterior, que foram várias no caso de Ghosn, que passava apenas um terço do tempo no Japão.

Segundo a imprensa nesta sexta-feira, a Procuradoria também suspeita de que Ghosn tenha movimentado cerca de US$ 45 milhões da Nissan para seus "contatos" no Líbano e em outros países. Ghosn também está detido por uma primeira acusação de suspeita de sonegação de renda nos relatórios anuais da Nissan entregues às autoridades financeiras.

Sua mão direita, o executivo americano Greg Kelly, administrador da Nissan, detido em 19 de novembro no Japão junto com Ghosn, foi solto no dia de Natal. Em paralelo, a administração da aliança Renault-Nissan se encontra em dificuldades. Nissan e Mitsubishi Motors tiraram Ghosn da presidência do conselho de administração, mas o grupo francês Renault o mantém no cargo até agora e entregou a diretoria-executiva, a título interino, a seu número dois, Thierry Bolloré.

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