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Radar econômico

Incubadoras brasileiras na França: soluções inovadoras para mercado de € 5 bi

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De olho na globalização e nos novos negócios da era digital, o governo brasileiro trouxe 14 startups brasileiras de diversas áreas para Paris, para uma semana de imersão no ecossistema digital francês. Os empreendedores brasileiros visitaram incubadoras e participaram de um seminário de internacionalização na Embaixada brasileira, além de terem apresentado soluções para possíveis investidores na capital francesa.

Os empreendedores brasileiros Leo Gmeiner (Filho sem Fila/ Quick Pick Up), Rafael Figueroa (Portal Telemedicina) e Ana Paula Lage (Noeh) participam de seminário do programa StarOut na Embaixada brasileira de Paris.
Os empreendedores brasileiros Leo Gmeiner (Filho sem Fila/ Quick Pick Up), Rafael Figueroa (Portal Telemedicina) e Ana Paula Lage (Noeh) participam de seminário do programa StarOut na Embaixada brasileira de Paris. Divulgação
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(Para ouvir o programa, basta clicar na foto acima)

No menu do encontro, que faz parte do Programa StarOut, promovido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), pelo Ministério das Relações Exteriores, pela Apex-Brasil, Sebrae e Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), constavam as técnicas e recursos utilizados pelo savoir faire francês no ambiente digital e encontros com possíveis parceiros estratégicos.

A escolha do governo brasileiro pela França não tem nada de aleatório. O país vive hoje um verdadeiro boom de sua economia digital, tendo alcançado um crescimento de 33% em 2016 e negócios da ordem de 5,3 bilhões de euros, segundo France Digitale e a Entrepreneurs of The Year.

O empreendedor Leo Gmeiner, que desenvolveu o Filho sem Fila, focado em segurança e logística de saída de alunos das escolas, esteve presente no seminário em Paris e explicou as vantagens do aplicativo: "A ideia é aumentar a segurança dos pais diminuindo a exposição deles do lado de fora das escolas. Também é uma ferramenta para conveniência, os pais ou responsáveis não precisam ficar expostos a sol, chuva, neve... Monitoramos o transporte escolar, quem vai a pé ou de carro é atendido por uma parte das funções do aplicativo, os pais ficam informados sobre todo o trajeto em seus celulares", conta o empreendedor. 

Para Gmeiner, a importância do mercado francês é significativa para os negócios da empresa. "A França, pela sua localização e seus fuso-horários é um bom lugar para que a gente gerencie tanto o crescimento nas Américas, como na Europa e na África. Falando especificamente do continente africano, existe a questão do relacionamento comercial entre a França e o norte da África que possa ser um fator importante para crescer rápido lá". 

França é o maior mercado para bebês da Europa

Ana Paula Lage, da startup brasileira Noeh, desenvolveu um calçado que auxilia a caminhada dos bebês quando eles estão aprendendo a andar. Com uma tecnologia que simula o terreno natural, o sistema Noeh desperta a atenção de possíveis investidores franceses.

"A França é o maior mercado para bebês da Europa. O pai francês tem uma preocupação maior em relação à qualidade dos produtos e em relação à saúde das crianças como um todo e em relação também ao desenvolvimento motor. Por isso acreditamos que é um mercado que absorve bem o nosso produto, entendendo qual é o nosso processo, nossa missão e a nossa inovação", explica a jovem empresária.

Uma solução capaz de baratear em 10 vezes custos de exames e diagnósticos

Um dos destaques do programa StartOut do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil (MDIC), o Portal Telemedicina já despertou interesse até do governo francês. Na semana que vem, um de seus criadores, Rafael Figueroa, se encontra um parlamentar do partido do presidente francês, o República em Marcha (LREM), para apresentar o aplicativo.

E a França parece ter bons motivos para estar interessada na solução brasileira. "Aqui existe uma situação parecida com a do Brasil", explica Figueroa. "Os médicos estão concentrados em Paris e não querem ir para áreas remotas do país. E existem regiões como Nice, por exemplo, de alto poder aquisitivo, onde o pessoal vai para lá depois de se aposentar e não tem acesso a bons médicos", comenta.

A tecnologia permite que os exames, enviados com tecnologia digital para o Portal, sejam analisados em poucos minutos e um diagnóstico feito por especialista por meio de uma consulta virtual.

"Com essa tecnologia, conseguiríamos que todas as cidades da França tivessem um atendimento por especialistas em Paris, em questão de minutos", afirma o empreendedor do Portal Telemedicina. 

Segundo Igor Nazaré, diretor de Inovação e Empreendedorismo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, o programa StartOut Brasil vai levar, até 2021, 270 incubadoras brasileiras para os principais ecossistemas de inovação do mundo.

"Todas as startups brasileiras foram selecionadas de acordo com o mercado francês para este evento, pensamos em quais incubadoras seriam as mais apropriadas para este ecossistema. As empresas passaram por um processo de aceleração, que durou cerca de dois meses, onde puderam entender quem são seus principais concorrentes, parceiros, investidores, potenciais clientes, para que essas incubadoras brasileiras conseigam realmente fechar negócios", explica Nazaré. 

"Um dos nossos principais objetivos é mudar a mentalidade das nossas startups, porque no Brasil temos uma situação onde as incubadoras muitas vezes nascem pensando no mercado local ou regional, para depois conquistar o nacional. Queremos que estas empresas comecem olhando para o cenário global, para entender que existem oportunidades em outros mercados", finaliza o diretor de Inovação do MDIC.
 

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