"Temos de garantir uma concorrência efetiva para que os agricultores possam ter acesso a produtos inovadores, melhor qualidade e compra de produtos a preços competitivos", declarou a comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager.
O projeto de aquisição da Monsanto pela Bayer por US$ 66 bilhões, anunciado em setembro de 2016, "supõe a criação da empresa integrada mais importante do mundo nos setores de pesticidas e sementes", enfatizou a Comissão em um comunicado.
O acordo entre as duas empresas provocou críticas de grupos ambientais, devido à longa história da Monsanto de promover culturas geneticamente modificadas.
Empresas são concorrentes
A Comissão Europeia manifestou a sua preocupação pelo fato de a Bayer produzir uma das poucas alternativas ao produto glifosato, da Monsanto, que é o herbicida não seletivo mais vendido na Europa. Também observou que ambas as empresas têm grandes quotas de mercado em sementes de vegetais e várias culturas de campo e que seus produtos competem entre si.
O organismo europeu também disse que a Bayer é uma das poucas concorrentes da Monsanto em vários mercados para o desenvolvimento de traços em plantas, como a tolerância a herbicidas.
As duas empresas haviam se comprometido a resolver algumas destas questões em julho passado. "No entanto, a Comissão considerou estes compromissos insuficientes para descartar as sérias dúvidas quanto à compatibilidade da operação com o regulamento das concentrações da UE", afirmou em comunicado.
A União Europeia já autorizou duas megafusões na agroquímica desde o início do ano, ambas com condições, e disse que tomaria uma decisão sobre a fusão até o próximo 8 de janeiro.
No final de março, Bruxelas autorizou a fusão dos gigantes americanos Dow e DuPont, que dará lugar nos próximos dias à megaempresa DowDuPont, avaliada em US$ 130 bilhões.