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Opep/preços

Opep chega a acordo histórico e anuncia redução do preço do barril de petróleo

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou nesta quarta-feira (30) em reduzir sua produção, selando, após meses de intensas negociações, um acordo histórico e indispensável para estimular a alta dos preços.

Visão geral da refinaria de petróleo de Baiji, norte de Bagdá,  janeiro de 2009.
Visão geral da refinaria de petróleo de Baiji, norte de Bagdá, janeiro de 2009. REUTERS/Thaier al-Sudani/Files
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É a primeira vez em oito anos que os 14 países do cartel concordam em limitar a produção, apesar do pessimismo de muitos observadores. "Conseguimos chegar a um acordo", declarou o ministro da Energia do Catar, Mohammed Saleh al-Sada, que preside a conferência da Opep, depois de uma longa reunião, em Viena.

O acordo entrará em vigor a partir de "1º de janeiro de 2017", acrescentou, citando "um grande passo" e "um acordo histórico que vai certamente ajudar a reequilibrar o mercado e a reduzir o excesso de estoque" de petróleo.

Rússia, fora do cartel, aceita redução

O cartel reduzirá sua produção em 1,2 milhão de barris diários (mbd), até um total de 32,5 mbd, contra os 33,64 mbd produzidos em outubro, segundo Al-Sada. A Rússia, que não faz parte da Opep, aceitou, por sua vez, reduzir sua produção em 300.000 mbd, o que representa a metade do esforço de redução em volume (600.000 barris) solicitado aos países externos ao cartel.

"A Rússia vai reduzir etapa por etapa sua produção de petróleo em 300.000 barris por dia no primeiro semestre de 2017", confirmou o ministro russo da Energia, Alexandre Novak, citado pela agência Ria Novosti, relacionando essa decisão ao "respeito" dos membros da Opep ao acordo para limitar a produção.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, celebrou o acordo. "Felicito e agradeço aos nossos sócios da Opep pelo importante acordo que chegamos ao dia de hoje para estabilizar o mercado", tuitou Maduro.
Na mesma rede social, seu ministro do Petróleo, Eulogio Del Pino, presente nas negociações em Viena, destacou o papel da Venezuela na obtenção do acordo, que incluiu uma ofensiva diplomática de Maduro junto aos sócios do cartel. "Hoje vemos o resultado da grande jornada de trabalho da Venezuela na defesa do preço justo do petróleo", escreveu Del Pino, que também é presidente da estatal de petróleo PDVSA.

Sauditas queriam esforço equitativo

As discussões conduzidas nos últimos dias pela Arábia Saudita, Iraque e Irã acabaram sendo positivas, enquanto Riad tinha anunciado claramente que não concordaria em cortar sua produção se Bagdá e Teerã, respectivamente 2º e 3º produtores do cartel, não fizessem o mesmo, o que estava distante de ser acordado.

Os sauditas exigiam que o esforço de redução fosse distribuído "equitativamente" entre os membros do cartel, mas alguns entre eles consideravam que deveriam ser isentos de um congelamento da produção.
O Irã, que retomou suas exportações apenas no início deste ano, após o levantamento das sanções internacionais, pedia uma concessão para produzir em níveis mais elevados.

O acordo de Viena está em linha com os compromissos assumidos pela Opep no final de setembro em Argel, onde os ministros estabeleceram uma meta de trazer sua produção para entre 32,5 e 33 milhões de barris por dia.

Limitando a produção de seus membros, a Opep também abre o caminho para um acordo mais amplo incluindo países de fora da organização, como a Rússia, cuja produção tem aumentado significativamente nos últimos anos para mais de 11 milhões de barris diários.

 

 

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