Brics terão agência de classificação de risco alternativa
Em sua primeira participação em uma reunião dos Brics, o presidente Michel Temer afirmou neste domingo (16) aos outros líderes do bloco que a economia do Brasil está entrando nos trilhos e defendeu as metas de ajuste fiscal. A 8ª cúpula dos Brics, em Goa, na Índia, terminou neste domingo com uma tradicional declaração conjunta.
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No documento, os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul firmaram o compromisso de reforçar a luta contra a evasão fiscal e de criar uma agência de classificação de riscos. A nova instituição irá contrapor às tradicionais três agências, Moody's, Standard § Poor's e Fitch, baseadas no ocidente.
Os países do bloco também concordaram em trabalhar juntos no combate ao terrorismo transnacional, mas evitaram citar nomes ou objetivos claros. Os parceiros da Índia, principalmente a China, se recusaram a aprovar uma condenação ao Paquistão, rival histórico dos indianos, como pedia o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Economia mundial continua frágil
Em um comunicado divulgado antes do encerramento da cúpula, o presidente chinês, Xi Jiping, afirmou que a economia mundial continua frágil e que devido a fatores internos e externos os países dos Brics registram desaceleração econômica e enfrentam novos desafios.
Durante o encontro, o russo Vladimir Putin pediu maior cooperação dos parceiros dos Brics sobre comércio eletrônico e exploração espacial. O premiê indiano ressaltou ser fundamental, para superar os problemas conjunturais de alguns integrantes do bloco, reforçar a cooperação, acabar com as barreiras comerciais e promover as infraestruturas.
Em seu discurso, o presidente Michel Temer declarou estar otimista com a recuperação da economia brasileira e reiterou o compromisso de seu governo em “promover reformas que trarão de volta o crescimento e o emprego”.
Temer também defendeu um melhor ambiente de negócios entre os cinco parceiros do bloco e para isso, segundo ele, o Brasil dá sua contribuição com o lançamento do Programa de Parcerias e Investimentos “fundado em regras estáveis”.
Sem se referir explicitamente à aguda crise política que atingiu o país nos últimos meses, o presidente convidou os empresários russos, indianos, sul-africanos e chineses a participaram do “novo momento” do Brasil. Para convencê-los, indica que encontrarão no país "estabilidade política, segurança jurídica e um grande mercado consumidor".
Encontro bilateral Brasil/Índia
Michel Temer continuará na Índia após o encerramento da cúpula. Nesta segunda-feira (17) ele tem uma reunião bilateral com o primeiro ministro indiano Narendra Modi. O Brasil espera reforçar sua parceria comercial com o país, que é um dos únicos parceiros dos Brics que apresenta atualmente bons resultados econômicos.
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