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Grécia/ crise

Premiê francês alerta para “risco real” de Grécia sair do euro

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, alertou neste domingo (28) para o “risco real” de a Grécia sair da zona do euro, se o “não” sair vencedor no referendo que o governo grego promete aplicar sobre o futuro do plano de ajuda financeira ao país. Os 25 membros do conselho de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) vão decidir ainda hoje se mantêm o financiamento dos bancos gregos.

Gregos correram aos caixas eletrônicos para retirar dinheiro, logo após anúncio de realização de referendo.
Gregos correram aos caixas eletrônicos para retirar dinheiro, logo após anúncio de realização de referendo. REUTERS/Marko Djurica
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O premiê Manuel Valls exortou Atenas a “voltar à mesa de negociações”, abandonada pelo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis. Para Valls, a decisão do premiê Aléxis Tsipras, de convocar um referendo sobre a proposta dos credores internacionais, “é uma escolha que não pode ser criticada”. Mas se a resposta for “não”, o país estará mais perto do que nunca de ter de abandonar a moeda única europeia, avaliou o premiê francês.

A votação deve ocorrer no próximo domingo, 5 de julho. Os gregos deverão decidir se escolhem “sim” ou “não” ao plano apresentado pelos credores, que o governo grego qualificou de “ultimato” a Atenas.
Em uma entrevista a três veículos franceses – Europe 1, Le Monde e i-TELE - Valls considerou que os europeus “devem fazer de tudo para que a Grécia permaneça na zona do euro”. “O Banco Central Europeu é independente mas eu não acho que ele possa cortar o oxigênio dos gregos. (...) O povo grego está sofrendo. Não acrescentemos ainda mais [sofrimento]”, afirmou.

Neste sábado, os líderes da zona do euro decidiram não prolongar o plano de ajuda financeira a Atenas, devido à falta de acordo com o governo grego sobre as condições para a permanência do resgate, depois de cinco meses de negociações. O programa de ajuda se encerra no dia 30 de junho, dia em que a Grécia precisa reembolsar € 1,6 bilhão do empréstimo fornecido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Sem a ajuda, o país não terá como quitar a dívida e será obrigado decretar moratória.

Corrida aos bancos

Depois do anúncio da realização do referendo, mais de um terço dos caixas eletrônicos da Grécia ficaram desabastecidos neste sábado: os gregos sacaram dinheiro por temer que o país saia da zona do euro. Filas se formaram do lado de fora dos caixas eletrônicos. Cerca de 35% da rede - 2 mil de um total de 5,5 mil caixas eletrônicos em todo o país - ficaram sem notas de euro em determinado momento do dia e depois foram reabastecidos.

Os bancos estavam trabalhando de forma coordenada com o banco central para manter a rede operando. O reabastecimento dos caixas geralmente demora de uma a duas horas, o que levou a longas filas em todo o país.

Cerca de € 600 milhões foram sacados do sistema bancário grego no sábado, disse à Reuters uma fonte sênior de um dos quatro grandes bancos da Grécia. Uma segunda fonte afirmou que o fluxo de retirada de dinheiro foi de mais de € 500 milhões.

Neste domingo, Varoukafis afirmou, em uma entrevista à BBC, que o governo da Grécia considera impor controles de capital e fechar os bancos nesta segunda-feira para evitar o colapso do sistema bancário. O Conselho de Estabilidade do país realiza uma reunião nesta tarde para avaliar as medidas a serem tomadas.

(com informações da Reuters e da AFP)
 

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