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Grécia/crise econômica

Propostas de credores são "irracionais", diz Grécia

As negociações que Grécia e seus credores mantinham desde sábado em Bruxelas foram concluídas neste domingo com novo impasse, devido a divergências entre as partes envolvidas, informou um porta-voz da União Europeia (UE). "As propostas gregas continuam incompletas", insistiu.

Bandeira da União Europeia.
Bandeira da União Europeia. REUTERS/Francois Lenoir
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Já uma fonte do governo grego taxou as exigências dos credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), de” irracionais”. "As negociações duraram apenas 45 minutos", destacou a fonte, atribuindo o fracasso do encontro à posição intransigente do FMI.

O porta-voz afirmou, no entanto, que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, continua convencido de que é possível encontrar uma solução até o fim do mês, quando a Grécia deverá saldar sua dívida junto ao FMI.

As negociações reuniram representantes gregos e da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

A presença do FMI era especialmente importante, pois é com a instituição de Washington, ainda mais do que com os demais credores, que o governo grego deve se entender.

Sem caixa

No dia 30 de junho, a Grécia deve pagar ao FMI € 1,6 bilhão e ainda há dúvidas sobre a capacidade financeira do país de fazer frente a esse vencimento sem a liberação da parcela de ajuda financeira europeia de € 7,2 bilhões. Há meses, os credores bloqueiam esse montante diante da resistência do governo grego de realizar as reformas exigidas há quatro meses: reformas do sistema de aposentadorias, de impostos e financiamento dos gastos públicos.

A possibilidade de saída da Grécia da zona do euro nunca foi tão palpável, mas o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, declarou que uma eventual retirada do FMI das negociações "não impediria um acordo entre Atenas e os europeus".

"Eu não ficaria surpreso se o FMI insistisse em posições inaceitáveis, o que seria uma justificativa para que a instituição deixe as negociações", declarou o ministro em uma entrevista ao jornal Realnews.

As discussões poderiam durar vários dias, mas o ideal seria um acordo até quinta-feira, data da próxima reunião de ministros das Finanças da zona do euro.

Distância

"O Eurogrupo é a última parada do trem", insistiu neste domingo a fonte europeia.

Muitos já previam que nenhum acordo fosse alcançado. "Os dois lados ainda estão muito distantes em suas posições", disse outra fonte europeia. "A Grécia não cumpriu com as promessas e as propostas apresentadas não fecham as contas", acrescentou.

Dada a urgência dos prazos, a zona do euro discutiu pela primeira vez nesta semana a possibilidade de um calote da Grécia, um assunto até então tabu e que poderia ser o prelúdio do "Grexit", a saída do país da zona do euro.
 

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