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Brasil/ economia

Economia brasileira estagna e país se prepara para entrar em recessão

A economia Brasil estagnou em 2014, com um crescimento de 0,1%, segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27), um índice levemente superior ao previsto pelo Banco Central (de -0,1%) ou os mercados (0%). O país se prepara para enfrentar uma recessão em 2015.

Setor automotivo tem sofrido com a conjuntura econômica e deve registrar maior queda de vendas dos últimos 16 anos.
Setor automotivo tem sofrido com a conjuntura econômica e deve registrar maior queda de vendas dos últimos 16 anos. REUTERS/Paulo Whitaker
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No quarto trimestre de 2014, a economia do país recuou 0,2%, em relação aos três últimos meses de 2013, de acordo com o IBGE. A indústria, o setor mais afetado, se contraiu 1,2%, enquanto o setor agroindustrial cresceu 0,4% e o dos serviços, 0,7%.

Em meio à crise, o Brasil deve entrar em recessão no momento em que o governo que se vê obrigado a fazer ajustes orçamentários, para tentar corrigir o déficit nas contas públicas e evitar uma degradação da nota soberana do país pelas agências internacionais de classificação de riscos. O Banco Central brasileiro aposta em uma contração da economia de 0,5% no ano que vem, com uma inflação elevada que poderia chegar a 7,9% ao final do ano.

O objetivo do governo era não ultrapassar 4,5% de inflação, sendo que a meta máxima de tolerância foi estabelecida em 6,5%. A alta dos preços tem prejudicado o poder aquisitivo dos brasileiros. O desemprego também está em alta – passou para 5,9% em fevereiro, um aumento de 0,6%.

“Agora, a questão é saber a que ponto a recessão será profunda em 2015, quando o Brasil vai começar a se recuperar e com que velocidade”, afirma Robert Wood, analista de Brasil da Economist Intelligence Unit (EIU), à agência de notícias AFP. “Houve um grande descontrole nos últimos anos, do ponto de vista orçamentário, inflacionário e do câmbio. Faltou uma política externa que relance a competitividade e não houve acordos internacionais para estimular as exportações”, avalia Alex Agostini, economista-chefe da agência brasileira de classificação de riscos Austin Ratings.

Comparação com Brics e latino-americanos

Em 2014, o PIB do Brasil foi o que menos cresceu entre os cinco integrantes do grupo de emergentes Brics. O país ficou atrás da China (+7,4%), África do Sul (1,4%) e até a Rússia, que cresceu 0,6% em meio à crise com a Ucrânia. Em 2015, com um crescimento de 7%, a Índia pode tomar o lugar do Brasil como 7ª economia mundial.

A comparação com os vizinhos latino-americanos também é desfavorável para o país, que viu o Chile (+1,9%), o México (+2,1%), a Colômbia (+4,6%), o Peru (+2,35%) e a Argentina (+0,5%) crescerem mais.

 

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