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Argentina/ economia

Argentina facilita controle cambial, mas mantém restrições

O governo da Argentina flexibilizou nesta segunda-feira (27) o rigoroso controle cambial do país, mas as restrições permanecem. A compra de divisas será limitada a um teto mensal de 2 mil dólares e disponível apenas para trabalhadores, profissionais e pequenos empresários que estiverem com os impostos em dia, anunciou o chefe de Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich, em uma entrevista coletiva.

Homem limpa fachada de casa de câmbio em Buenos Aires, nesta segunda-feira.
Homem limpa fachada de casa de câmbio em Buenos Aires, nesta segunda-feira. REUTERS/Enrique Marcarian
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"Poderão comprar até 2 mil dólares mensais todos os empregados, trabalhadores independentes e pequenos empresários com renda declarada na Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP)", disse Capitanich. Todas as operações deverão ser autorizadas pela AFIP através de um pedido realizado no site da instituição, e a poupança em dólar ficará limitada a 20% da renda total.

As pessoas com renda declarada inferior a 7,2 mil pesos mensais (900 dólares) e as empresas ou grandes investidores não poderão adquirir divisas em bancos e casas de câmbio, de acordo com a regulamentação. O imposto de 35% para compras com cartão de crédito no exterior seguirá em vigor, contrariando o anúncio, na sexta-feira, de que haveria uma diminuição para 20%.

Desvalorização acentuada

A compra de divisas, proibida desde 2011, sofrerá uma taxa de 20%. O comprador, porém, ficará isento da tributação se depositar os dólares em um banco durante até 365 dias.

O relaxamento do impopular controle cambial, que proibia a compra de dólares para poupança, foi anunciado na sexta-feira, em reação às incertezas geradas por uma dura situação monetária e fiscal no país. O peso sofreu forte desvalorização na semana passada e as reservas do Banco Central argentino estão em queda.

O peso encerrou a sexta-feira com uma leve baixa de 0,06%, a 8,005 pesos por dólar, uma perda acumulada de mais de 20% neste ano. Na quinta-feira, ele havia caído 11%, a maior desvalorização em quase 12 anos.

Histórico de desconfianças

A Argentina atravessa uma crise cambial devido à escassez de dólares pela fraqueza das exportações, uma inflação galopante em torno de 30% ao ano, falta de investimento estrangeiro e impossibilidade de se financiar no mercado internacional de capitais, após o calote de 2002. Na ocasião, os argentinos perderam as suas economias guardadas nos bancos.

O contexto levou as classes média e alta a perderem a confiança no peso e investirem em dólar, através de contas bancárias no exterior. As famílias mais modestas conservam dólares em casa. Já no setor imobiliário, os preços são fixados em dólar, embora a transação se finalize com o equivalente em pesos.
 

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