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Radar econômico

Apesar da crise, empresas brasileiras seguem investindo na França

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A agência francesa para investimentos internacionais tem uma tarefa nada fácil em tempos de crise econômica: convencer potenciais empresários estrangeiros de que o país é um bom lugar para que desenvolvam os seus projetos. Ontem foi a vez dos brasileiros participarem de uma série de encontros que a agência realiza anualmente com investidores de diferentes países apresentando os números da economia francesa que, apesar de tudo, ainda compõem um cenário atraente se comparados aos de seus pares europeus.

Campanha "Why Say Oui to France" (Porque dizer Sim à França), criada pela agência francesa de investimentos que tenta atrair capital estrangeiro para o país.
Campanha "Why Say Oui to France" (Porque dizer Sim à França), criada pela agência francesa de investimentos que tenta atrair capital estrangeiro para o país.
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A cada semana, 12 novos projetos de investimento estrangeiro desembarcam no país. Hoje são de cerca de 20 mil empresas de fora. Nas relações com o Brasil, os números ainda são pequenos, mas desde que a agência francesa abriu um escritório no país, há 3 anos, a quantidade de projetos de investimentos brasileiros duplicou. Hoje existem 20 grupos brasileiros instalados no país, empregando 1300 pessoas. Na Europa, a França só perde para a Inglaterra em quantidade de investimentos brasileiros. O presidente da Embraer na Europa Luiz Fernando Fuchs faz uma avaliação do impacto da crise para esta que é a maior brasileira atuando na França: "Para nós, nos últimos três ou quatro anos não posso dizer que houve diferença. A Europa diminuiu a compra de novas aeronaves, mas em compensação o Oriente Médio aumentou, a África tem possiblidades cada vez maiores, Ásia Central, Ucrânia, Casaquistão. Não podemos notar a diferença."

No encontro com os empresários deste ano, um dos focos foi explicar o impacto de uma pequena reforma na lei do trabalho que está em vigor na França desde junho. A lei é um pequeno passo para um país que, segundo sucessivos relatórios do FMI, vive já há 10 anos uma grave crise de perda de competitividade para a vizinha Alemanha. A recomendação do FMI para que o país faça uma profunda reforma do mercado de trabalho e corte despesas encontra pouco eco no modelo econômico francês.

Para o brasileiro Diogo Gomes, gerente da empresa de softwares paulista FSMAX, que prepara um grande investimento na França em 2014, o país ainda oferece um bom ambiente de negócios: "A gente vê a França, neste turbilhão desde 2008, como um país estável, que não cresceu nem diminuiu. Um país que tem uma velocidade e um dinamismo governamental muito grande para buscar investimento, gerar mão de obra e conhecimento. Esse movimento foi o que fez com que a gente pensasse muito e tomasse a decisão de vir pra França.". Para Diogo, a qualificação da mão de obra local compensa o custo de investimento: "Aqui você tem um desconto de TVA, um investimento que pode ser a fundo perdido, um banco de investimento nos mesmos modelos do Brasil. Então você começa a ver que o Custo França não é tão alto, chega a ficar equiparado ao Custo Brasil ou talvez um pouco menos".

Desde 2011, a França trabalha um forte plano de marketing para atrair investidores estrangeiros, tendo a inovação como palavra-chave. A estratégia apresenta, através de conferências e vídeos na internet, alguns dados atraentes do mercado de trabalho francês. Por exemplo, o de que 43% dos franceses possuem ensino superior. O trabalhador francês também se encontra em quarto lugar no ranking europeu de produtividade por hora de serviço. Um dos vídeos da campanha, bem humorado, ainda pede ao investidor: "tente apagar a ideia de um país em preto e branco, onde se fuma muito e toma-se pouco banho".

Ouça o artigo na íntegra clicando no botão no alto da página.

 

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