Grécia e credores chegam a um acordo até o final desta semana, diz premiê grego
Pressionado pelo Fundo Monetário Internacional, pela União Europeia e pelo Banco Central Europeu, o governo grego anunciou hoje por meio do seu premiê, Antonis Samaras, que um acordo com os credores deverá ser anunciado até o final desta semana.
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Em entrevista ao jornal grego Kathimerini neste domingo, Antonis Samaras afirmou que os cortes no orçamento e um pacote de alta dos impostos solicitados pela troika (grupo formado pelo Fundo Monetário Internacional, pela União Europeia e pelo Banco Central Europeu) serão aprovados pelo Parlamento grego “nos próximos dias”. O governo grego corre contra o tempo para aprovar as medidas antes da cúpula europeia do próximo dia 18 de outubro que tem como principal item da agenda a crise econômica na Grécia.
Deste domingo até a próxima quinta-feira, o governo e a delegação de credores internacionais vão “chegar a um acordo sobre as medidas orçamentárias e as reformas estruturais a serem postas em prática”, disse o primeiro-ministro. Essa negociação é crucial para desbloquear uma linha de crédito de 31,5 bilhões de euros.
Há três meses em negociação com a troika, a Grécia fez um primeiro pacote de austeridade para economizar 7,8 bilhões de euros, mas os credores consideraram o esforço insuficiente e pedem um corte de 9,2 bilhões de euros. Para o ministério das Finanças grego, é preciso chegar a um valor que seja consensual, já que a recessão no país é mais grave do que se esperava, o que impossibilita o governo de cumprir o acordo já assumido.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, os analistas da troika reconheceram que serão necessários mais dois anos para que a Grécia consiga fazer todas as reformas estruturais necessárias. Neste sábado, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a Grécia está progredindo "passo a passo" no seu programa de reformas e medidas de austeridade. Em um vídeo publicado no site do governo alemão, Merkel disse também que o progresso na Grécia está mais lento do que o esperado, mas que se deve "dar outra chance à Grécia".
Declarações da diretora-gerente do FMI, Chrstine Lagarde, neste final de semana também parecem indicar que o Fundo estaria disposto a dar mais tempo para a Grécia, no entanto vários países-membros da União Europeia exigem, ao contrário, mais esforço do país.
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