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Europa/Economia

Venda do Rafale acelerou projeto de fusão entre EADS e BEA Systems

Os dois gigantes europeus de aeronáutica e defesa, EADS e BEA Systems, correm contra o relógio para confirmar em menos de um mês a maior fusão já realizada no setor e que é recebida com muito ceticismo pelos mercados. As duas empresas tém até o dia 10 de outubro para anunciar a transação ou renunciar ao projeto lançado na quarta-feira, de acordo com as regras da bolsa de Londres.

EADS e BAE Systems negociam acordo de fusão
EADS e BAE Systems negociam acordo de fusão Reuters/Tobias Schwarz
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“Temos 28 dias para concluir a operação”, afirmou um colaborador do diretor-presidente da EADS, Tom Enders, otimista com a conclusão das negociações que visam criar o maior grupo mundial do setor para concorrer com a americana Boeing.

Segundo a fonte, ouvida pela agência de notícias AFP, as discussões com vários governos europeus estão em andamento desde o mês de julho e as “perspectivas são boas”.

Os dois grupos já teriam concordado com os princípios gerais da fusão e a conclusão depende do sinal verde político, já que a EADS têm como acionistas os governos da França, Alemanha, Espanha enquanto a BAE Systems tem o governo britânico como um dos acionistas com ações preferenciais.

Paris não revela sua posição alegando "motivos confidenciais” diante de uma operação qualificada de “estratégica”. Já em Berlim, fontes próximas do governo avaliam que as discussões com a empresa EADS são “construtivas”.

O grupo Lagardère, que detém 7,5% do capital da empresa anunciou que só dará seu aval após consultar “todas as condições” de uma eventual fusão. O novo grupo seria controlado em 60% pelos acionaistas da EADS e 40% pelos acionistas da BEA Systems.

Rafale

Analistas afirmam que a escolha da Índia em comprar 126 aviões de combate Rafale, fabricados pela francesa Dassault Systems, desbancado o concorrente Eurofighter Typhoon, produzido pela BAE e a EADS juntamente com a Finmeccanica, teria impulsionado a decisão das duas empresas em discutir a fusão.

Segundo um responsável da BAE, os dirigentes da empresa ficaram extremamente indignados com a derrota do Eurofighter para o Rafale em um setor onde o grupo britânico é especialista e está bem implantado.

Os mercados financeiros acolheram com pouco entusiasmo o projeto de aproximação entre as duas empresas. No início da tarde de quinta-feira as ações da EADS perdiam 8,70% enquando as da BEA cedidam 7,10%, apesar de que a agência de classificação de riscos Fitch considera que a operação seria positiva para as duas empresas.

Especialistas do setor aeroespacial e de defesa consideram a operação um “golpe perfeito”. Para a EADS, a fusão permitiria à empresa reequilibrar seu portfólio, conquistar o mercado americano e reforçar sua presença no setor eletrônico de defesa.Para a BAE Systems, a parceria cobriria seu déficit na atividade aeronáutica civil.

 

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