Desemprego continua em alta na zona do euro e atinge 11,2% da população
O desemprego na zona do euro se manteve em 11,2% em junho, mesmo índice do mês anterior, quando foi registrado um aumento recorde. Os dados divulgados nesta terça-feira pela Agência oficial de estatísticas do bloco, a Eurostat, confirmam que pelo 14° mês consecutivo, o desemprego ficou acima do nível simbólico de 10% no bloco.
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Segundo os últimos dados oficiais, 17,8 milhões de pessoas estão à procura de trabalho na zona do euro. Isso significa que em um ano, houve aumento de 2,02 milhões de pessoas inscritas na lista dos desempregados. Para o conjunto da União Europeia, a taxa de desemprego atingiu 10,4% em junho, assim como no mês de maio, quando foi estabelecido um novo recorde.
Entre os países da zona do euro, as taxas mais baixas de desemprego foram registradas na Áustria ((4,5%), na Holanda (5,1%) assim como na Allemagne e Luxemburgi (5,4%). O índice mais elevado é o da Espanha com 24,8% da população economicamente ativa sem trabalho. Na Grécia, os últimos dados disponíveis, de abril, indicam que o desemprego é de 22,5%.
Nesse dois países o desemprego atinge principalmente a faixa mais jovem da população com um jovem cada dois sem trabalho. Na Espanha, 52,7% dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados e na Grécia, o índice é de 52,8%.
Na Alemanha o índice de de desemprego, que estava em baixa, voltou a crescer no mês de julho registrando 6,8% contra 6,6% no mês anterior, de acordo com a Agência alemã para o emprego. Com o aumento de 66.800 pessoas sem trabalho, o número de desempregados atinge 2,876 milhões em todo o país.
Uma das explicações dadas pela Agência oficial é de que com o fim dos estudos, muitos jovenes alemães se inscrevem no seguro-desemprego. Outro motivo seria o fechamento de algumas empresas neste período de verão na Europa.
“Apesar desse ligeiro aumento no desemprego, a tendência mostra claramente que o mercado de trabalho na Alemanha é sólido”, disse um economista de um banco privado. “ A crise da zona do euro teve um efeito moderado sobre a economia, vários indicadores mostram que as empresas estão mais cautelosas em relação a contratações”, disse o especialista.
Itália
Na Itália o índice de desemprego bateu um novo recorde em junho ao atingir 10,8% da população economicamente ativa contra 10,6% em maio, segundo balanço ainda provisório do Instituto Nacional de Estatísticas, o Istat.
O índice é o mais elevado desde o início da publicação das estatísticas, em janeiro de 2004. É o quarto mês consecutivo que ultrapassa a barra simbólica de 10%. Os novos números indicam que 2,792 milhões estão à procura de trabalho do país, o que representa uma alta de 2,7% em um mês (+ 73 mil pessoas).
O desemprego aumenta na Itália desde o ano passado quando a economia do país, afetada pela crise da dívida soberana e pelos planos de austeridade do governo para reduzir o déficit público e acalmar os mercados, começou a se contrair.
A Itália entrou em recessão oficialmente no final de 2011, após dois trimestres consecutivos de queda no PIB.
Em entrevista nesta terça-feira à rádio RAI 1, o primeiro-ministro italiano Mario Monti declarou que a Itália e a Europa se aproximam do “final do túnel” da crise.
“ A pedra angular” da saída da crise “deve ser a aplicação sem demora das decisões tomadas em Bruxelas”, disse Monti em referência às medidas adotadas durante o Conselho Europeu dos dias 28 e 29 de junho.
Depois de um novo período de tensão nos mercados no início da semana passada, a pressão dos investidores diminui diante da expectativa de uma ação por parte do Banco Central Europeu e dos países da zona do euro para baixar as taxas de juros da Espanha e Itália.
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