Acessar o conteúdo principal
Espanha/Crise

Espanha paga juros mais altos da sua história para títulos de curto prazo

O Tesouro espanhol fez nesta terça-feira a primeira emissão de títulos desde o rebaixamento da sua nota decrédito pela Moody's na semana passada. Apesar da forte procura dos investidores, o mercado continua a castigar a Espanha que foi obrigada a pagar os juros mais altos da sua história para papéis com vencimento de 12 e 18 meses.

Corretores na Bolsa de Valores de Madri.
Corretores na Bolsa de Valores de Madri. REUTERS/Andrea Comas
Publicidade

A Espanha continua sofrendo intensa pressão do mercado financeiro. O Tesouro Público espanhol fez hoje uma emissão de 3,039 bilhões de euros em títulos de 12 e 18 meses, mas terá que pagar a taxa de juros mais altas sua da história para papéis com o mesmo vencimento.

Para os títulos de 12 meses, a taxa é de 5% contra 2,9% negociados numa emissão semelhante em maio. Esse é o nível de juros mais alto desde a criação do euro. Para os papéis com vencimento em 18 meses, a Espanha terá de pagar 5,1%, contra 3,3% cobrados pelos investidores no mês passado.

O leilão de hoje foi o primeiro desde que a agência de rating Moody's rebaixou a nota da dívida espanhola em três níveis na semana passada. O Tesouro espanhol volta a testar o apetite dos investidores e tentará colocar entre 1 e dois bilhões de euros em títulos com prazos a dois, três e cinco anos nesta quinta-feira.

Os analistas dizem que os próximos dias são decisivos para o futuro da Espanha. Os bancos espanhóis não têm mais capacidade para comprarem grandes volumes de papéis do Tesouro espanhol. "A dívida espanhola tem cada vez menos compradores", destaca Frederik Ducrozet, economista do Crédit Agricole. Para além da escassez de investidores, a Espanha também enfrenta a escala dos juros.  Se as taxas cobradas para financiar a dívida espanhola continuarem a subir, a pressão pode se tornar insustentável. Nos mercados, já circulam os rumores de que o Estado espanhol terá que recorrer a um plano de salvamento europeu.

A falta de transparência sobre os detalhes do plano de 100 bilhões de euros de resgate do setor bancário também alimentam a instabilidade e o nervosismo dos investidores. Para Christian Parisot, da corretora Aurel BGC, "é muito difícil emprestar para a Espanha sem ter uma resposta clara sobre o plano europeu de ajuda aos bancos".
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.