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Crise/ zona do euro

Fracasso de cúpula levará Europa para "caminhos desconhecidos", diz premiê francês

A um dia de uma cúpula de chefes de Estado e de governo da zona do euro, em Bruxelas, o primeiro-ministro francês, François Fillon, disse hoje que um fracasso do encontro “poderia levar o continente para um caminho desconhecido”.

O primeiro-ministro francês, François Fillon (e), e o ministro das Finanças, François Baroin (d), após encontro com presidente Sarkozy no Palácio do Eliseu.
O primeiro-ministro francês, François Fillon (e), e o ministro das Finanças, François Baroin (d), após encontro com presidente Sarkozy no Palácio do Eliseu. REUTERS/Charles Platiau
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Os dirigentes europeus se reúnem para tentar definir uma saída para tirar a Grécia da crise econômica, com a contribuição do setor financeiro, e evitar o contágio dos problemas para outros países importantes do bloco, como a Itália e a Espanha. “A pressão não para de aumentar na zona do euro e no conjunto da economia mundial”, disse Fillon. “Mas se os resultados da cúpula forem positivos, o pessimismo acabará”, analisou.

Um dos maiores impasses para um acordo sobre o pacote de medidas, aguardado com impaciência por todo o mundo, é a discórdia entre França e Alemanha sobre o papel do Banco Central Europeu. Nesta tarde, a chanceler alemã, Ângela Merkel, afirmou que a cúpula não deve impor uma linha de ação ao banco. “Nós negociamos para que o BCE tome uma posição e diga o que quer fazer”, argumentou. “Não podemos deixar surgir a falsa impressão de que os políticos esperam alguma coisa do BCE.”

Merkel se referia a uma frase que consta no projeto de comunicado final da cúpula de amanhã, que engaja o banco europeu a manter medidas excepcionais em favor dos bancos e dos países da zona do euro. “A Alemanha não aceita essa frase tal como ela está”, disse a chanceler.

Outro ponto que trava as discussões é a negociação com os bancos privados: Merkel deseja que eles aceitem a perda de pelo menos 50% do valor dos títulos da dívida grega, mas o setor não se dispõe a ultrapassar a barra de 40%. Os representantes dos bancos defendem que “há limites para o que pode ser considerado como contribuição voluntária”.

Enquanto isso, a Itália, outro foco de preocupações na zona do euro, está com dificuldades para acertar um plano para relançar a economia e reduzir as dívidas do país. O primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, enfrenta resistência de um de seus maiores aliados, a Liga Norte, para acelerar um projeto de aumento da idade das aposentadorias, de 65 para 67 anos.

O líder do partido, Umberto Bossi, declarou que um acordo sobre essa questão “vai ser muito difícil”. O ministro italiano da Infraestrutura, Altero Matteoli, chegou a evocar a dissolução do governo de Berlusconi, que caminha para chegar a Bruxelas, nesta quarta, sem nenhuma solução para apresentar aos colegas europeus.
 

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