Protecionismo do Brasil e da Argentina pode travar acordo UE-Mercosul
O comissário europeu para o Comércio Exterior, Karel De Gucht, afirmou, em Bruxelas, que medidas protecionistas adotadas pelo Brasil e Argentina podem comprometer as negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
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As declarações foram feitas nesta terça-feira, durante a Cúpula União Europeia-Brasil, que teve a participação da presidente Dilma Rousseff.
"No contexto econômico mundial e no momento em que tentamos negociar esse acordo (entre UE e Mercosul), é crucial que evitemos recorrer a medidas protecionistas.
O comissário citou, especificamente, as barreiras impostas pela Argentina para a importação de produtos com a exigência de licenças prévias e o aumento do imposto sobre veículos importados, anunciado recentemente pelo governo brasileiro.
Segundo De Gutch, tanto o Mercosul quanto a União Europeia devem fazer concessões. "Mas se uma das partes adotarem medidas restritivas, vai ficar ainda mais difícil pra nós pedir a nossos (países) membros que façam concessões", completou.
As negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia foram relançadas em 2010, mas o acordo esbarra na resistência de países como a França, que teme consequências negativas para o setor agrícola.
Estudos da Comissão Europeia indicam que o acordo terá um impacto negativo para os agricultores europeus, mas ganhos possíveis para as exportações europeias de veículos, serviços e produtos de telecomunicação.
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