Diniz acha que vai convencer Casino a aceitar fusão dos grupos CBD/Carrefour

O empresário Abílio Diniz está certo de conseguir convencer o grupo francês Casino, seu sócio, sobre as vantagens da associação do Grupo Pão de Açúcar ao Carrefour, concorrente direto do Casino.  

O empresário brasileiro Abílio Diniz. Reprodução do jornal Le Figaro

Em entrevista exclusiva ao jornal Le Figaro, publicada nesta quarta-feira, o brasileiro comenta: "não acho que Jean-Charles será contra este projeto, que é bom para todo mundo", afirma Diniz, referindo-se ao diretor-geral do Casino, Jean-Charles Naouri. "A minha intenção é conversar com ele e convencê-lo. Não cogito não conseguir", diz o empresário, que recebeu o jornal francês na segunda-feira em sua empresa de consultoria financeira, a Estater.

O Casino é o principal acionário do CBD Pão de Açúcar, desde 1999, e já se manifestou diversas vezes contrário ao negócio da distribuidora brasileira com o Carrefour. O Casino exige o respeito do plano acionário assinado por ambos em 2006.

Na entrevista, Diniz declara que "não rompeu o pacto de acionistas", e assegura que "pode fazer negociações quando quiser". Segundo o empresário, Naouri "estava perfeitamente ciente de seu interesse pelo Carrefour". Já o conselho de administração do Carrefour aprovou o projeto de aliança à gigante brasileira.

Ao Figaro, Diniz afirmou que, por serem tão importantes no plano nacional, "é normal que o projeto suscite tanto interesse e paixão". Ele ainda disse que as negociações com o Carrefour só começaram em maio. Diniz estima que a maior polêmica no caso ficou em torno do possível financiamento do negócio pelo BNDES, por envolver questões políticas.

Ao ser questionado se a presidente Dilma Rousseff estava de acordo com o projeto, Diniz respondeu que a chefe de Estado "não interveio", e considera que a fusão "só pode agradá-la", por "permitir a criação de uma uma empresa franco-brasileira, benéfica para os dois países", de acordo com Abílio Diniz.