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Beatriz Seigner: Lula e Dilma ajudaram a mostrar outros sotaques do cinema no Brasil

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A cineasta brasileira Beatriz Seigner está em Paris promovendo o filme Los Silencios, que estreia na França em abril após ter sido apresentado com sucesso em diferentes festivais pelo mundo. Acostumada a trabalhar com projetos de alcance internacional, a diretora critica a situação da cultura no Brasil desde a entrada em vigor do novo governo.

A diretora brasileira Beatriz Seigner
A diretora brasileira Beatriz Seigner RFI
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Los Silencios, que foi destaque na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cinema de Cannes em 2018, além de ter sido projetado na China, Austrália, Israel, Suécia e outras competições na França, com várias premiações, conta a história de refugiados colombianos em uma ilha na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Essa não é a primeira experiência de um projeto internacional da cineasta, que dirigiu em 2009 Bollywood Dream, primeira coprodução entre Brasil e Índia, filme rodado no país asiático, e que também foi apresentado em mais de 20 festivais internacionais.

“Eu me interesso muito por mundos que são novos para mim. Nesse processo de descobrimento de lugares e pessoas, eu acabo encontrando a mim mesma”, avalia a diretora, que chegou a morar na Índia e aprendeu danças locais antes de rodar Bollywood Dream.

“Não sei quanto tempo vamos resistir”

A diretora celebra a boa fase do cinema brasileiro no exterior, “reconhecido internacionalmente, nos maiores festivais, vendido para o mundo todo”. Ela também ressalta a valorização nos últimos anos, além das coproduções internacionais, de projetos realizados fora do eixo Rio-São Paulo. “Houve toda uma política feita pelos governos Lula e Dilma de regionalização, de redistribuição de recursos nas diversas regiões do Brasil para a gente poder ouvir outros sotaques”, relembra.

No entanto, a cineasta se mostra preocupada com a situação atual da produção cinematográfica do país. “Em menos de dois meses, o governo Bolsonaro cortou os patrocínios da Petrobras de incentivo às Artes, além de ter cortado com a Caixa Econômica Federal e o BNDES”, relata. “A gente não sabe quando tempo vai resistir”, reclama a diretora. “Estamos enfrentando um desafio gigantesco, com esse governo de extrema direita que ascendeu ao poder e que prega o anti-intelectualismo. Eles detestam os artistas, os livros e os estudiosos”, desabafa Beatriz Seigner.

 

 

 

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